domingo, 27 de novembro de 2011

Você corre para que?

Você corre para que?

Ganhar disposição, perder peso, ultrapassar amigos, superar os próprios limites. Cada um tem seu motivo para dar a primeira passada. Se você ainda não encontrou o seu, conheça os principais benefícios da corrida para a saúde, o corpo, a mente e o bem-estar

Por Rodrigo Gerhardt
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Acredite: bastam alguns dias de corrida leve para que seu corpo comece a se transformar. Essas alterações são as adaptações à atividade física, o que chamamos de condicionamento. "Os estímulos do exercício disparam uma série de reações químicas e fisiológicas que promovem transformações centrais, como a do sistema cardiovascular, e periféricas, em pontos localizados, como os músculos, para nos fazer lidar melhor com essa nova condição imposta pela atividade", diz o fisiologista Paulo Zogaib, do Centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte da Unifesp.
Essas adaptações, que começam a ser percebidas por nós depois de oito a 14 semanas de treino — como força, resistência, equilíbrio e flexibilidade —, acabam se refletindo também a médio e longo prazos em mais saúde e qualidade de vida. Para entender por que muitas vezes a corrida vai parar no receituário médico, veja algumas dessas transformações:
NO SISTEMA CARDIOVASCULAR
A corrida estimula o aumento da cavidade do coração e o volume de plasma sanguíneo (a parte líquida do sangue), além de abrir novos microvasos e dilatar as artérias para intensificar a nutrição e a oxigenação durante o exercício. O resultado disso é que seu coração passa a bombear mais sangue com menos esforço. Outro aspecto importante ocorre no endotélio, o tecido que reveste internamente os vasos sanguíneos. Essa camada produz dois tipos de moléculas chamadas citocinas — uma "do mal", presente em maior quantidade em indivíduos sedentários, é responsável pela elevação do colesterol ruim e pela arteriosclerose, e a outra protetora, que reduz o colesterol ruim e é estimulada pela atividade física. Para quem sofre de hipertensão, além de amenizar ou controlar fatores como obesidade, estresse, diabetes e colesterol, a corrida reduz a pressão arterial. "A corrida leve a moderada é coadjuvante no tratamento de hipertensos por modular os sistemas simpático e parassimpático [divisões do sistema nervoso autônomo], ajudando a manter a pressão arterial equilibrada mesmo horas depois do exercício", afirma o cardiologista.

NO SISTEMA ÓSSEO
As "marteladas" que você recebe ao correr têm seu lado positivo. "O impacto estimula a absorção de cálcio pelas células ósseas, aumentando sua densidade e resistência", afirmao ortopedista José Marques Neto, especialista em fisiologia do esporte da Universidade de São Paulo. Para as mulheres (são 80% dos casos de osteoporose), a corrida se torna mais importante, principalmente após a menopausa (em função da redução do hormônio estrogênio, que atrofia o tecido esquelético). O importante é evitar o excesso, para fugir de lesões como a fratura por estresse.
NO SISTEMA ENDÓCRINO
Seus hormônios também se atiçam aos primeiros estímulos do exercício aeróbico, embora os benefícios para a saúde só venham a se manifestar com melhor eficiência a longo prazo. O principal deles se refere à insulina. "O corpo fica mais sensível à ação desse hormônio e passa a precisar de uma quantidade menor para controlar a concentração de glicose no sangue. A diminuição dessa resistência à insulina ajuda na prevenção e no controle do diabetes", explica Szama Krybus, endocrinologista do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Quem está bem acima do peso e emagrece correndo consegue ainda normalizar a liberação de testosterona, prejudicada quando há excesso de gordura.

http://runnersworld.abril.com.br/materias/correrpq/index02.shtml

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