domingo, 29 de janeiro de 2012

De volta à corrida


Se você parou de correr faz um tempo e quer voltar no pique total, siga estes conselhos

Volte à ativa

1. Faça rodagens leves durante 2 semanas, 3 a 4 vezes por semana, com sessões de 20 a 40 min.
2. Introduza retas: ao acabar de correr, faça de 8 a 10 retas de 100 m, em cadência progressiva. Acelere pouco a pouco até quase chegar ao seu ritmo máximo nos primeiros 40 m. Mantenha esse ritmo nos próximos 30 m e corra mais lento nos metros finais. Faça esse treino 2 vezes por semana.
3. Depois da terceira semana, comece com intervalados fortes de 6 min na metade da rodagem, 1 vez por semana. Aumente 2 min na semana seguinte, até chegar a 20 min.
4. Depois de seis semanas, faça uma sessão de fartlek, alternando 5 min fortes, 4 suaves, 3 fortes, 2 suaves e 1 min forte.

domingo, 22 de janeiro de 2012

PARE DE FUMAR

Tente para de fumar, sua vida já começa a melhorar logo após o último cigarro!


http://www.corroporcorrer.com.br/p/dicas.html

Ganhe olhos de águia com a corrida


Mais um bom motivo para você definitivamente virar adepto desse esporte

Desenvolva olhos potentes e saudáveis


 Correr reduz as chances de catarata, glaucoma e degeneração macular, doenças mais comuns a partir da terceira idade e que levam à perda da visão. E quanto maior a sua quilometragem semanal e mais rápido você for,  menores os riscos.
Um exemplo: a chance de você ter glaucoma cai 5% a cada quilômetro acrescentado ao treino.
Os pesquisadores que fizeram a descoberta acreditam que a redução dos riscos se deve à queda da pressão intraocular,
ou seja, do líquido que fica dentro do olho.

Os pontos fracos do corredor - parte 3


Saiba o que fazer para se recuperar de um treino para outro e para acabar com as dores na lombar

Por Rodrigo Gavela

1.    NÃO ME RECUPERO BEM DOS TREINOS DE UM DIA PARA O OUTRO
Provavelmente, é porque está treinando muito forte para o seu nível de condicionamento físico e o corpo não está sendo capaz de assimilar todo o trabalho. Outro motivo pode ser a falta de descanso ou poucas horas de sono. Se dorme menos de 6 horas por noite, esqueça fazer séries ou treinar mais que 4 dias por semana. Seu organismo não resistirá. Adapte suas horas de treino ao seu tempo livre e não deixe de levar em conta que o trabalho e as horas de estudo são suficientes para cansar e queimar energia. Se acredita que não consegue se recuperar por outro motivo, faça um exame de sangue para descartar uma possível anemia. Para evitá-la, coma legumes e carne vermelha regularmente. No café da manhã, tome um suco de laranja natural com um comprimido de ferro e, no meio da manhã, um polivitamínico rico em vitaminas A,B,C e E. Uma dica: coma, toda semana, mexilhões. São ricos em ferro, assimilados facilmente pelo corpo.
Várias coisas o ajudarão a recuperar-se melhor dos treinos. Comece com um tratamento de choque: treine em uma cadência mais suave e reduza bastante a carga dos treinamentos, quer dizer, a quantidade de quilômetros em cada rodagem e o número de série ou repetições. Durante quatro semanas, diminua um dia de treinamento e procure dormir um pouco mais. Se está em meio a uma preparação para uma prova importante, faça algumas sessões de massagem durante duas semanas e, depois, uma a cada 15 dias. Hidrate-se com bebida isotônica e tome complexos vitamínicos ricos em vitamina E, um excelente antioxidante. Se já acabou a temporada de provas e quer evitar que, na próxima, aconteça o mesmo, faça uma boa pré-temporada exercitando muito a força e a potência muscular, com treinos em subidas, exercícios de tornozelo e pliométricos e na academia.
Use um monitor card[iaco. A frequência cardíaca é um bom indicativo de como está assimilando o treino. Se os batimentos estiverem anormalmente altos (se o normal é 55 batimentos e, de manhã, está entre 68 e 70), significa que o corpo não se recuperou da sessão de exercício, ou que está prestes a ficar doente. Por isso, descanse.

2.    SEMPRE ACABO O TREINO COM DORES NA LOMBAR
A lombar é o calcanhar de aquiles dos cor­re­dores, ainda que pareça um paradoxo. Da fraqueza ou desequilíbrio muscular dessa zona derivam a maior parte das lesões mais graves que os fundistas sofrem. A coluna vertebral é o eixo do esqueleto, deter­minando a forma de correr, o estilo e os apoios dos pés. Uma curvatura excessiva das costas faz com que a pelve balance para a frente, para trás ou para um dos lados, provocando tensões excessivas em alguns tendões. Também faz com que uma perna trabalhe mais que a outra e gera desequi­líbrios musculares que, direta ou indireta­mente, provocam lesões dolorosas e que, na maior parte dos casos, requerem um longo tempo de recuperação.
Cuide o máximo possível de sua lombar, com sessões de fortalecimento e de alongamento. Abdominais e exercícios para a lombar permitirão criar uma faixa natural que protegerá essa região. Os alongamentos permitirão descarregar, ao menos em parte, as tensões. Em períodos de treinamento forte, tente ir ao massa­gista pelo menos uma vez a cada 15 dias. E fique atento à sua postura no trabalho e em casa, procure pegar objetos que caíram no chão flexionando levemente os joelhos, sente-se com as costas retas, compre um bom colchão e hidrate-se muito, não apenas com água, mas com bebida isotônica e suco de frutas.

ALGUNS EXERCÍCIOS O AJUDARÃO A PREVENIR AS DORES
ABDOMINAIS – antes e depois de correr, sempre com as pernas flexionadas. Comece com dois exercícios e 25 repetições e vá aumentando o número de repetições até chegar a 50 e o número de exercícios até quatro.
PARA A LOMBAR – antes e depois de correr. Comece com uma série e 10 repetições, até chegar a 2 séries de 15 repetições cada uma.
Alongamento – fundamental depois do treino. Alongue isquiotibiais, abdutores, adutores, piramidal e a lombra. Mantenha a posição por pelo menos 15 s.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Roger Waters - The Wall



Ex-líder do Pink Floyd cai na estrada com seu opus pessoal




Roger Waters - The Wall

Guias Time Out: Sua melhor companhia de viagem para destinos internacionais e nacionais


 Talvez este seja o auge das turnês em estádios, deixando o U2 ou qualquer outro no chinelo. O Pink Floyd nunca deixou de lado a ambição, seja em sua música, performances ou entrevistas, e Roger Waters segue nessa linha ao trazer a turnê de The Wall para o Brasil pela primeira vez.

Como o disco foi composto em um momento de crise, tanto em sua vida pessoal quanto na banda, Waters carrega a preocupação de transparecer essa angústia em um show moderno e politizado. Com projeções sobre um muro de 70m no meio do estádio do Engenhão, parece que Roger Waters não terá problemas em realizar um espetáculo à altura de suas expectativas.

Engenhão Rua Arquias Cordeiro, Engenho de Dentro, Tijuca
Estações próximas Supervia - estação Engenho de Dentro
Ingressos: de R$180até R$600 Aceita todos os cartões
Horário de funcionamento 22h

http://entretenimento.br.msn.com/guias-rj/roger-waters-the-wall

domingo, 15 de janeiro de 2012

Dicas para fazer exercícios à noite sem prejudicar a saúde

Comece as atividades devagar e respeite os seus limites.

O fisiologista Paulo Roberto Silva, da área de medicina esportiva do Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, ligado à Secretaria de Estado da Saúde, disse que os exercícios controlados são sempre bons à saúde, desde que o sono esteja em dia e uma boa alimentação tenha sido feita.
Segundo o especialista, a falta de tempo tem atraído clientes às academias que funcionam 24 horas e, por isso, faz um alerta. “Sem uma noite de sono reparadora, a sobrecarga de estresse acumulada no dia e o esforço gerado pelos exercícios físicos vão prejudicar o sistema imunológico”, afirmou.
O fisiologista afirma que, ao mesmo tempo em que há um aumento no número de inscrições para esse período de treinamento, o número de desistências também é relevante.
“Pelos desequilíbrios causados pela falta de sono ou pela má alimentação, o corpo começa a não render como deveria. Por isso, a pessoa acaba se afastando, pois falta disposição e ânimo para desenvolver um trabalho constante”, diz.
Confira dez dicas para quem faz, ou pretende começar a fazer, atividades nesse período:
  1. Comece as atividades devagar.
  2. Nunca pratique exercícios em jejum.
  3. Antes e depois da prática é preciso ingerir alimentos, porém em pouca quantidade. Por isso, o ideal é durante o dia ter uma boa base alimentar.
  4. Se for jantar é preciso fazer a refeição três ou quatro horas antes dos exercícios.
  5. Se ingerir apenas um lanche, pode esperar apenas uma hora antes da prática.
  6. Alimentos que contenham zinco, como arroz, maçã, melão, morango, cereais integrais, castanha e chás, são fundamentais para quem vai se exercitar após o trabalho, pois eles ajudam a diminuir a quantidade de cortisol, o hormônio ligado ao estresse humano e que, em excesso no organismo, afeta principalmente o coração.
  7. É preciso dormir de 7 a 12 horas por dia. Por isso, programe-se para que a prática de exercícios não substitua horas de sono.
  8. Uma dieta com carboidratos evita fadigas precoces e lesões musculares.
  9. O ideal é consumir até 30g de carboidratos antes de praticar exercícios, como cereal integral, pão integral, barrinha de cereal.
  10. Antes de ir academia não é recomendável ingerir muita fibra, pois dificulta a digestão
Fonte: Correio Press:  http://www.maisdicas.net/dicas-para-fazer-exercicios-a-noite-sem-prejudicar-a-saude

Ansiedade ajuda ou atrapalha na corrida?


Não conseguir dormir na véspera de uma prova importante não chega a ser um drama, como a revista já mostrou. Mas essa tensão pode trazer outros problemas, enquanto para alguns corredores ela é até estimulante.
 GRACIELA ALLGAIER


Chegou a hora, você treinou, cumpriu a planilha, observou atentamente a hidratação e alimentação, inventou uma indisposição para não ir àquele jantar de sábado à noite (quem entenderia que precisa dormir cedo para fazer uma corrida domingo pela manhã?). Faz a última averiguação: chip, relógio, tênis, roupa, boné, número do peito, iPod e afins... alarme ligado. Hora de deitar tranquilamente. Mas a cabeça acelera, a ansiedade aparece roubando seu sono.

Ou quem sabe você seja um desses felizardos que mesmo na véspera de uma prova dorme tranqüilamente, mas muito provavelmente nos momentos que antecedem a largada o "frio na barriga" lhe deixa em alerta. E os corredores angustiados que chegam ao local da largada com horas de antecedência, consumindo a energia que será usada durante a competição?

Algaci Tulio, 61 anos, de Curitiba, que começou a correr depois de um infarto e ameaça de AVC, relata que a ansiedade de véspera atrapalha, mas com o tempo foi superando e agora relaxa conversando com os colegas antes da largada. Todas as pessoas sentem ansiedade. A vida agitada e acelerada desse tempo cobra seu preço, os objetivos e metas infindáveis têm sua parcela no mal-estar, compondo um quadro de angústia, ansiedade e stress. É uma constante na vida das pessoas, sempre existiu e, dependendo do grau ou da frequência, pode ou não atrapalhar a rotina e os esportes.

Insônia, coração acelerado, boca seca, tensão muscular, medo intenso, transpiração excessiva, sensação de vazio no estômago, disfunções intestinais e coração acelerado são algumas das reações físicas desagradáveis que se manifestam em momentos de perigo real ou imaginário. A ansiedade nos faz ficar em alerta prontos para encarar momentos de sofrimento, de risco físico ou mental, visando nossa preservação. É instintivo. Normal e passageira, mas pode ser considerada patológica, necessitando de um auxílio com terapia, acompanhamento medicinal (em casos extremos) e indicação de esporte: gerador de endorfina e aliviador das tensões.

Indivíduos demasiadamente ansiosos perdem boa parte da sua autoestima, deixando de fazer coisas porque se julgam incapazes de realizá-las. Consequentemente sentem medo de errar, chegando ao extremo de não tentar. Fernanda Souza, 44 anos, de São Paulo, acredita que a ansiedade atrapalha tudo, fazendo até com que o individuo desista. "Correr é um quilômetro de cada vez, se a cabeça não estiver legal, nada funciona."

É sabido que a falta de equilíbrio psicológico frente a situações de pressão, seja treino ou a corrida propriamente dita, aumentam as chances de lesões, baixas no sistema imunológico, assim como o aparecimento de sintomas psicossomáticos originados pelo stress e sentimentos negativos.

Mario Margon, 41 anos, corredor curitibano, sabe o poder da pressão psicológica na semana que antecede uma competição: "Tenho problemas com a ansiedade ligada à corrida na semana que antecede a prova. Meu psicológico trabalha contra mim, sempre que tenho uma prova e estou preparado para quebrar meu recorde na distância ou conseguir um pódio por categoria; começo a ter alguma dor estranha ou sintomas de gripe", conta o atleta. "Já estou até acostumado e aprendi a lidar com isso; sei que vou correr bem, mas a ansiedade acaba por atrapalhar o sono e fico muito acelerado."


SÓ O EXCESSO PREJUDICA. Na maioria dos momentos, a ansiedade está mais ligada aos aspectos negativos por gerar sintomas corporais localizados no intestino ou no peito, enjoos e desarranjo intestinal que comprometem o desempenho, dificultando a corrida, deixando o atleta ainda mais angustiado com sua performance. Para Adcley Souza 37 anos, a ansiedade é normal sempre diante de novas situações. "Em excesso atrapalha, pois gera insônia, entre outros sintomas físicos", entretanto ele acredita que bem dosada ajuda a encarar os desafios.

O aspecto positivo da ansiedade é o de nos colocar em estado de alerta, oxigenando e acelerando nosso organismo, enrijecendo nossos músculos, nos capacitando para movimentos mais rápidos, com atenção e foco definidos. Reações mais imediatas, precisas, características necessárias para quem vai enfrentar uma disputa, ou simplesmente atravessar uma rua.

O atleta precisa reconhecer os primeiros sinais, encontrar por si mesmo técnicas que o façam redirecionar essa ansiedade em prol de seus objetivos: finalizar a prova, diminuir seu tempo ou até alcançar um pódio. Muitos ficam tão ansiosos que acabam na largada dando tudo de si, e muitas vezes "quebram". Exageram na "pilha" inicial, não conseguindo manter um ritmo durante o percurso.

"Fico muito ansioso antes da largada de uma prova importante. Isso me atrapalha, mas ao mesmo tempo me faz ter foco, e largar com tudo. Normalmente, quanto mais ansioso fico, melhoro meu desempenho! Mas em duas corridas isso já me atrapalhou, e me fez largar forte demais (e sofrer no final)", conta André Choma, 34 anos, mais um de Curitiba.

Deve-se aprender a conviver com seus sintomas, neutralizando os efeitos negativos e beneficiando-se de sua potência, podendo assim reverter sua ação a favor de si mesmo. Para Ricardo Breno, 28 anos, a ansiedade é positiva, pois gera motivação. Acima de tudo o atleta precisa conhecer seus limites. Assim como ele, Marise Nunes, 56, igualmente curitibana, acrescenta que a ansiedade não pode levar o sujeito ao desespero e descontrole emocional: "Sendo geradora de adrenalina, nos torna capazes, melhorando o desempenho, para adquirirmos aquilo que nos propomos."

Existem varias opções que ajudam: relaxamento, ioga, controle respiratório, alimentação equilibrada, uma serie de combinações à disposição em livros e sites do gênero, porém cada indivíduo tem sua rotina e foco estabelecido. O que para um ajuda, para outro pode não ter efeito algum; a idéia não é eliminá-la, nem podemos, e sim estabilizá-la.

Quanto maior o volume e tipos de treino, competições realizadas e tempo despendido para as corridas, maior será a sensação de serenidade e autocontrole na véspera, largada ou durante uma corrida. A autoconfiança e autoconhecimento darão conta do recado. Concentre-se no presente. Respire fundo e tome consciência do seu corpo. A maturidade esportiva traz essa capacidade de administrar a ansiedade com bons resultados pessoais. Correr com emoção sabiamente controlada é muito bom!

http://revistacontrarelogio.com.br/materia/ansiedade-ajuda-ou-atrapalha-na-corrida/

A respiração durante a corrida


Ao conhecer o papel da respiração (na verdade, ventilação), fica mais fácil compreender porque não é necessário que ela seja feita só pelo nariz, mas também pela boca  FERNANDO BELTRAMI

Correr requer que o organismo utilize muita energia. Para que possamos fazer uso da energia proveniente dos alimentos, é necessário que se utilize o oxigênio presente no ar que respiramos. Respiração, aliás, é um termo que geralmente é empregado de maneira imprópria. Tecnicamente falando, respiração se refere ao processo de transformação de alimentos em energia e que ocorre no interior das células.


O processo que costumamos chamar de respiração, o de trocas gasosas entre o corpo e o meio externo, é corretamente chamado de ventilação. Através da ventilação inspiramos ar rico em oxigênio e expiramos o gás carbônico produzido em nossas células durante o processo de obtenção de energia.


Aliás, outro mito é o de que inspiramos oxigênio e expiramos gás carbônico. Falar assim dá a falsa impressão de que inspiramos apenas um e expiramos apenas o outro. O ar inspirado possui cerca de 21% de oxigênio e apenas 0,04% de gás carbônico. O ar expirado, por sua vez, apresenta uma concentração de cerca de 14 a 17% de oxigênio (equivalente a quantidade de oxigênio presente numa altitude de 2.500 metros) e 4 a 6% de gás carbônico.


Mahatma Gandhi, o lendário idealizador das revoluções não violentas, reconhecia o ar como um dos elementos farmacológicos naturais mais importantes, mais até que a água e os alimentos. Ele dizia que a necessidade de ar fresco era essencial para a boa formação do caráter, e defendia ardentemente a ideia de que a inspiração deveria ser feita somente pelo nariz, pois isso purificaria e aqueceria o ar antes que ele entrasse em contato com o sangue.


Ele acreditava tão firmemente nessa ideia que recomendava exercícios, baseados na técnica de yoga conhecida como pranayama (que significa justamente "respiratório"), para aqueles que não soubessem respirar direito. A devoção de Gandhi por ar fresco era tanta que ele também defendia a idéia de que as pessoas deveriam dormir nuas, tapadas por um lençol ou cobertor, em ambientes abertos, e não em quartos fechados.


A história de Gandhi serve para ilustrar uma espécie de dogma que muitas pessoas seguem até hoje: a ideia de que se deve inspirar somente pelo nariz, baseado no fato de que o nariz possui uma estrutura mais própria para tal, e que a passagem pelas narinas melhora os processos de filtragem, umidificação e aquecimento a que o ar é submetido quando entra em nossas via aéreas.




SOMENTE PELO NARIZ? Essa ideia era amplamente difundida pelos professores de educação física de antigamente, e em parte até é verdade, porém durante o exercício a necessidade de trocar grandes quantidades de ar com o ambiente é tal que se torna praticamente impossível obter todo o volume necessário somente através das narinas, que possuem orifícios relativamente pequenos.


Nessa hora, a necessidade de aumentar a ventilação deveria se sobrepor ao resto, e deveríamos fazer a transição de uma ventilação nasal para a oro-nasal. No entanto, alguns corredores simplesmente se recusam a isso, baseados em sua crença de que este procedimento é errado, e limitam sua corrida à máxima ventilação de que são capazes, utilizando apenas as narinas.


Respirar durante a corrida deveria ser uma coisa intuitiva, mas muitas vezes não é. A necessidade de encher os pulmões de ar é tão primária, que via de regra acontece de forma inconsciente, ou subconsciente. É impossível, por exemplo, tentar o suicídio trancando a respiração. Por mais que se tente utilizar a porção consciente de controle sobre os músculos respiratórios, chegará um momento em que o corpo falará mais alto, se impondo à nossa vontade. Em situações menos críticas, no entanto, o contrário ocorre. Baseados em "conhecimentos" e "ensinamentos", podemos tentar (e conseguimos) alterar conscientemente o ritmo de nossa respiração natural, o que nem sempre é bom.




PELO SANGUE, A TROCA. Independentemente do caminho de entrada, e salvo alguma pequena diferença no grau de temperatura e umidade, o caminho percorrido pelo oxigênio até as nossas células musculares é o mesmo: o ar rico em oxigênio que entra em nossos pulmões fica muito próximo ao sangue e, facilitado por diferenças de pressão, tem seu oxigênio difundido dos alvéolos pulmonares para o sangue, enquanto o gás carbônico presente em elevadas concentrações no sangue é enviado para o ar dos pulmões, que é então expirado.


O oxigênio que entra no sangue é carregado pelas hemácias, as chamadas células vermelhas, para a musculatura. Lá, por um processo semelhante ao que ocorre nos pulmões, guiado mais uma vez por diferenças de pressão, ele acaba se desprendendo das hemácias e entrando nas células musculares. De lá ele é carregado para dentro das mitocôndrias, que são estruturas responsáveis pela produção de energia dentro das nossas células. O resto do processo não é de grande importância agora. O necessário é perceber que, independentemente de entrar pelo nariz ou pela boca, a quantidade de oxigênio presente no ar, e consequentemente chegando nas células para produção de energia, será a mesma.


Inspirar o ar pelo nariz pode possuir suas vantagens, porém durante altas taxas de trabalho o corpo necessita de volumes de ar que simplesmente não podem ser supridos pela cavidade nasal. Estudos apontam que respirando somente pelo nariz se chega a cerca de 85% de consumo máximo de oxigênio obtido com a respiração oro-nasal, resultado que se obtém com um volume de ventilação cerca de 30% menor.




O MELHOR PARA CORREDORES. A respiração pelo nariz leva a ciclos mais longos, em que mais oxigênio é retirado do ar externo, e por isso se consegue obter uma maior eficiência relativa em termos de consumo de oxigênio com relação à quantidade de ar ventilado. Apesar de alguns entusiastas da yoga defenderem que com a prática se consegue, utilizando somente o nariz, obter o mesmo grau de ventilação conseguido pela respiração oro-nasal, esta não é uma realidade prática para a vasta maioria dos corredores, de forma que o conceito não pode ser aplicado antes que se tenha controle alto o suficiente sobre a respiração nasal, a ponto que ela possa ser utilizada exclusivamente sem perda de performance.


Além disso, mesmo que se obtenha cerca de 85% do consumo máximo de oxigênio, a inspiração feita exclusivamente pela cavidade nasal irá necessitar (e aqui de novo a turma da yoga poderá discordar, com razão, dentro da sua realidade) de mais esforço por parte do corredor, aumentando sua percepção de esforço. O normal para a maioria das pessoas é que mesmo aqueles que inspiram somente pelo nariz, em estágios iniciais de exercício troquem para inspiração oro-nasal quando atingem cerca de 45% de sua capacidade de corrida, ou seja, numa velocidade leve a moderada.


A respiração durante a corrida curiosamente se sincroniza com o ritmo das pernas. Apesar de essa frequência ser bastante individualizada, cada pessoa costuma reter sua frequência ao longo de um amplo espectro de velocidades, e perder esse sincronismo é um claro sinal de fadiga iminente. O ritmo de respiração em função da corrida é contado pelo número de passadas dados em cada uma das fases da respiração (inspiração e expiração). Sendo assim, são possíveis diversas combinações, como 1:1, 2:1 ou 3:2, sendo que esta última é possivelmente uma das mais comuns, e significa três contatos com o solo durante a inspiração e dois durante a expiração (que é mais forçada).


Corredores mais experientes se mostram capazes de manter sua frequência natural por uma gama mais alta de velocidades que corredores menos treinados, mais uma vez evidenciando a relação entre ser capaz de manter a respiração estável e o grau de treinamento.






ALGUNS PONTOS SÃO IMPORTANTES PARA MELHORAR SUA FORMA DE RESPIRAR DURANTE A CORRIDA, COMO POR EXEMPLO:


- Numa corrida de longa distância, sua respiração deve permanecer num ritmo constante durante boa parte do exercício. Isso é um indicativo de que seu corpo está num estado estável. Caso sua respiração comece a sair da frequência padrão, ao invés de ajustar a respiração é bem possível que você precise rever seu ritmo de corrida, diminuindo um pouco a velocidade. Isso, claro, se você não estiver nos metros finais, conscientemente acelerando sua corrida em direção à linha de chegada.


- Utilize mais o diafragma, ele foi feito pra isso. Durante o repouso, nós normalmente respiramos pelo diafragma, o principal músculo respiratório. Quando o diafragma se contrai, ele desce, forçando nossas vísceras para baixo e abrindo espaço para que os pulmões se expandam. A musculatura do tórax é apenas acessória na ventilação, e expandindo a caixa torácica não se obtém resultados tão bons de aumento de volume quanto utilizando o diafragma. É por isso que se diz popularmente que se deve "respirar com a barriga, não com o peito". Por "barriga" entende-se o diafragma, que quando se contrai força nossa barriga para fora. Além da questão do volume em si, utilizar o diafragma expande os pulmões "por baixo", fazendo com que o ar se espalhe por todo o espaço dos pulmões, ao contrário da respiração torácica, que concentra o ar na porção superior dos pulmões.


- Force a expiração. O principal estímulo para a ventilação não é a necessidade de absorver oxigênio, e sim a de remover o gás carbônico produzido. Ciclos de inspiração/expiração mais completos favorecem que essas trocas sejam feitas de maneira mais adequada, diminuindo sua sensação de esforço.


- Finalmente, tente não pensar demais na sua respiração. Ela é um processo intuitivo, que se adequa ao ritmo das pernas. Permita que o ar entre tanto pelo nariz quanto pela boca se for necessário, e deixe o corpo encontrar seu ritmo natural.