segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Os limites do corpo

Correr longas distâncias sem acelerar demais o pique faz bem. Apesar de existirem evidências de que maratonas estressam o coração, nada leva a crer que elas colocam em risco a vida de pessoas saudávei

Correr longas distâncias sem acelerar demais o pique faz bem


Por Carlos Amoedo

Os tendões podem inflamar e a dor nos joelhos fará você questionar a corrida que pratica quase que diariamente. Se a coluna também reclamar, você vai querer correr menos.  Pesquisa recente feita no Brasil com corredores amadores revelou que 20% dos homens e o mesmo percentual das mulheres já sofreram tendinite (inflamação dos tendões, extremidades que unem os músculos aos ossos) nos joelhos. Mais: 17% dos corredores e 13% das corredoras reclamaram de dor na coluna.
Até aí, nada muito alarmante ou capaz de fazer com que você aposente o seu de tênis de última geração com efeito amortecedor e deixe de correr de uma vez por todas.  Mas quando estudos realizados nos últimos cinco anos nos EUA apontaram que entre quatro e oito maratonistas em um grupo de 1 milhão sofreram parada cardíaca e morreram é impossível não questionar os limites de seu corpo para suportar corridas longas. "Nem todas as pessoas podem correr maratonas. Trata-se de uma atividade para poucos", avisa o doutor Patrick Goh, fisiologista do exercício do centro médico do hospital Gleneagles, em Singapura, colocando mais lenha na fogueira.
Outro médico, Teh Chuan, do departamento de medicina esportiva do hospital Alexandra, também em Singapura, tem opinião parecida: o corpo humano não foi feito para enfrentar corridas longas, como é o caso de uma maratona, cujo percurso é de 42,195 k. Segundo ele, cedo ou tarde a maioria das pessoas apresentará algum tipo de problema ao insistir nesse tipo de prova. Os danos vão de simples tendinites até a falência das células cardíacas que, em outras palavras, significa morte certa.
 Em 2006, pelo menos seis pessoas morreram do coração fazendo maratonas nos Estados Unidos.  E estudos conduzidos por médicos da Universidade de Harvard, com participantes da maratona de Boston, levantaram evidências de que as corridas de longa distância estressam o coração. Os pesquisadores encontraram na membrana das células cardíacas dos maratonistas estudados uma quantidade elevada de um complexo de três proteínas conhecido como troponina, produzido quando o coração está fadigado ou há deficiência de energia.
É certo que um número cada vez maior de corredores em todo o mundo participam de maratonas, conseguindo completar o percurso exigido. Para se ter uma ideia, em 2005, cerca de 380 000 corredores cruzaram a linha de chegada em Boston.  Cinco anos antes, 300 000 maratonistas haviam completado o percurso da prova. Em quase meia década de maratonas, o número de pessoas que desafiou e venceu a distância de pouco mais de 42 k subiu para 80 000.
 É de se esperar, portanto, que os casos de lesões, entre outros problemas decorrentes da corrida, acompanhem o crescimento do número de adeptos da maratona. Mas o argumento não alivia a sensação de perigo e tampouco cala a pergunta: podemos, de fato, correr cada vez mais sem cair duro?

Devagar para correr sempre
Não há dúvidas de que correr faz bem. Existem, em todo o mundo, milhares de estudos que apontam os benefícios do esporte. Aos adeptos das maratonas, há muito mais vantagens do que prejuízos, garante a maioria dos especialistas. Correr ajuda a combater a gordura que conspira contra os órgãos vitais do corpo, controla os níveis de colesterol e fortalece o coração. A análise de eletrocardiogramas de corredores com mais de 70 anos não deixa dúvidas: o músculo cardíaco dessa turma está mais forte do que de muitos quarentões que não fazem da corrida um hábito diário. Sem contar a aparência mais jovial e a disposição sem fim daqueles corredores que já engrossam as fileiras de idosos.
O problema, portanto, não é definir se correr faz bem para a saúde, mas descobrir quanto e como correr de modo a colher apenas os benefícios da atividade. Segundo André Vazquez, treinador e maratonista com  cerca de 50 provas completadas ao longo de sua carreira, correr longas distâncias não prejudica a saúde. As complicações acontecem quando os percursos como os de uma maratona são feitos em alta velocidade. "O corpo humano, quando saudável, consegue, sim, para suportar grandes distâncias. E, nesse sentido, o percurso de uma maratona pode até ser considerado curto. A questão é saber se todos estão preparados para completar uma competição dessas com tempos próximos aos dos grandes maratonistas, ou seja, em pouco mais de duas horas", diz ele.  O ideal, segundo Vazquez,  é manter um ritmo entre 7 k e 12 k por hora. "Isso significa correr cada quilômetro entre cinco e oito minutos", completa Guilherme Arnone, professor de musculação e maratonista de São Paulo.
Nessa velocidade, garantem os dois atletas, é possível disputar várias provas de longa distância sem correr o risco de o organismo envelhecer precocemente em função da produção de radicais livres ou de desgastar as articulações,  principalmente as dos joelhos. "Na maioria dos casos, os grandes maratonistas, campeões do esporte, acabam se aposentando antes dos 40 anos", diz Vazquez. "A velocidade com que percorreram as provas das quais participaram gerou, ao longo de suas vidas, uma quantidade absurda de radicais livres, devido ao altíssimo consumo de oxigênio necessário para produzir a energia que o corpo desses atletas necessitava."
Radicais livres são moléculas adulteradas geradas pelo próprio organismo nos processos de produção de energia nos quais o oxigênio é uma das principais matérias-primas. As moléculas acabam alterando o bom funcionamento das células, envelhecendo e enfraquecendo os órgãos.

O benefício da distância
Malissa Wood, médica e diretora do centro de saúde do coração de mulheres do Hospital Geral de Massachusetts e professora da Escola de Medicina de Harvard, nos EUA, acredita que as pessoas que apresentaram sinais de fadiga no coração após as maratonas não estavam devidamente treinadas para uma prova de longa distância. Como uma das responsáveis pelos estudos feitos com os corredores que participaram da maratona de Boston, publicados na revista da Associação Americana do Coração, Malissa saiu em defesa das provas de longa distância. Segundo a médica e pesquisadora, o fato de o coração apresentar sinais de estresse não significa que ele esteja em apuros. "Novos estudos feitos com os corredores que apresentaram sinais de desgaste em suas células cardíacas mostraram que os corações saudáveis conseguem contornar o estresse de modo a que os danos não sejam permanentes", explica ela.
Os estudos posteriores com os participantes da maratona de Boston mostraram, ainda, o que parece ser mais importante para a defesa das corridas de longa distância: esses danos, associados ao aumento dos níveis de troponina, eram maiores nos corredores que percorreram cerca de 56 ou menos quilômetros por semana no período de preparação para a prova. Aqueles atletas que correram 90 ou mais quilômetros nas semanas que antecederam a maratona apresentaram muito menos sinais de estresse cardíaco.
Os dados mostram que corações saudáveis e treinados para suportar o esforço de provas longas como a maratona não correm risco de morte. Malissa, que tem 46 anos e é mãe de quatro crianças, costuma correr, até hoje, cerca de  64 k por semana. Ela espera continuar correndo até completar, no mínimo, 75 anos. Afinal, a médica não tem dúvidas de que correr com segurança é o melhor exercício que existe para o coração e para a saúde.
Mas não se engane: corredores veteranos devem manter um programa consistente de treinamentos caso queiram continuar participando de maratonas. Já os novos corredores, os que estão retornando às atividades depois de um período de descanso (ou não correm regularmente), aqueles que estão acima do peso, têm de pressão alta ou diabetes jamais deveriam arriscar-se em longas corridas sem passar por um médico e se submeter a uma série de exames periódicos. Isso, segunda a doutora Malissa, pode fazer toda a diferença e decidir quem sobrevive a várias maratonas.

Desafio sem limites
Correndo se vai cada vez mais longe. Comparada às ultramaratonas, que ganham cada vez mais adeptos em todo mundo, as maratonas podem ser consideradas corridas de amadores. Entende-se por ultramaratona toda prova com distância superior a da maratona, ou seja, mais de 42 195 m. O percurso das ultramaratonas costuma variar entre 50 e incríveis 2 000 k. Assim como na maratona, o objetivo é percorrer essas distâncias no menor espaço de tempo. Mas existem as provas pautadas no tempo e que podem durar entre 6 horas e 10 dias. Nesse caso, os atletas dispõem de um tempo pré-determinado para percorrer a maior distância possível.
Assim como as maratonas, as ultramaratonas buscaram inspiração na Grécia Antiga, quando era comum os mensageiros percorrerem até 500 k para trazer ou levar notícias. "Qualquer pessoa saudável, que não tenha problemas de obesidade, por exemplo, pode se preparar e correr uma maratona. Se não houver preocupação com o tempo e a meta for apenas cruzar a linha de chegada, é possível dá para participar de uma maratona após seis meses de treinamento", diz o maratonista Vazquez. Esse também é o período de preparação para aqueles que desejam correr uma ultramaratona baseada no tempo. Agora, se a meta for participar de um prova  pautada na distância,
a preparação será feita de acordo com os quilômetros a serem percorridos. "Uma ultramaratona de 100 k, por exemplo, exige cerca de cinco anos de treinamento regular. E, de preferência, só deve ser enfrentada por aqueles que já passaram pela experiência de algumas maratonas", diz Vazquez.

Notícias de Harvard
Os estudos feitos nos Estados Unidos por profissionais de Harvard, como a doutora Malissa Wood, analisaram 60 maratonistas sem histórico de doenças do coração que participam da maratona de Boston em 2005 e 2006.
Por quatro meses, esses 41 corredores e 19 corredoras foram monitorados no período de treinamento.
Eles foram submetidos a exames de sangue e a eletrocardiogramas com o objetivo de mapear o desempenho de seus corações antes e depois da corrida.
O grupo correu várias vezes a distância de uma maratona com os tempos variando entre três e seis horas.
O resultado final dos exames mostrou sinais de estresse no coração desses atletas.
Mas nenhum deles apresentou qualquer evidência de falência das células cardíacas em decorrência da corrida.

Cuide dos seus pés

Saiba como evitar que eles fiquem machucados e o impeçam de competir e treinar

Cuide dos seus pés


Por Lygia Haydée
Instrumento de trabalho dos corredores, os pés são os que mais sofrem com a prática desse esporte, e não por acaso. São eles que dão sustentação ao corpo e padecem com o impacto no chão. Para que se tenha uma ideia, cada um deles bate contra o solo mais ou menos 15 000 vezes a cada 16 k corridos, com uma força que chega a quatro vezes o peso do corpo. Não é à toa, portanto, que fiquem doloridos e frequentemente sejam acometidos por lesões. Mas, por mais que sejam essenci­ais para quem pratica o esporte, são poucos os que se preocupam com possíveis machucados. "Os pés são muito maltratados. Às vezes, até esquecemos que existem", brinca Flávio Freire, diretor-técnico da Flávio Freire Assessoria Esportiva, em São Paulo.
De acordo com Ana Paula Simões, ortopedista especializada em pés da Taktos Medicina Esportiva, as lesões geralmente ocorrem por falha no treinamento, por condicionamento físico inadequado, técnica de corrida ou pisada er­­­­radas, que podem levar o atleta a forçar um dos membros mais que o ou­­­tro, e uso de tênis ruins (leia ao lado). "Treinos em pisos rígidos também são uma das causas de lesões", comenta.
Freire explica que os exercícios de fortaleci­mento são essenciais para que o atleta não te­nha problemas futuros. O treinador dá uma sugestão: andar descalço por algum tempo. "É bom ca­minhar com o pé no chão de vez em quando, porque o uso de calçado faz com que ele fi­que acostumado e acomodado, o que não proporciona o seu fortalecimento", lembra. Uma das maneiras de prevenir dores e possíveis lesões é fazer uma avaliação médica antes de começar a praticar o esporte e manter um acompanhamento durante a corrida. "Procurar uma equipe ou personal para orientar o treino é uma ótima saída para evitar complicações", salienta Ana Paula. Outra dica é fazer um teste para saber o tipo de pé que você tem. "A avaliação é a garantia da escolha de um calçado adequado, também responsável por parte das lesões que afetam os pés", recomenda o fisioterapeuta Nelson Morini Junior, dono da clínica Reactive, de São Paulo.
Mas fique atento: se você machucou o pé e a dor for intensa ou persistir por muito tempo, procure um especialista. "É sempre importante buscar ajuda. Adotar uma solução caseira pode piorar o problema, já que a dor corre o risco de ser mascarada", indica o especialista. "Se você sente dor, é porque algo está errado e passar pelo médico não pode ser substituído por nenhum tratamento popular", alerta o fisioterapeuta.
Os especialistas afirmam que os corredores tendem a ser "teimosos" e a evitar a ajuda médica para não terem de interromper o treino. Se for preciso parar por um tempo, pare, e procure alternativas para não perder o condicionamento.
"Enquanto a lesão não estiver curada, pode-se recorrer a outros exercícios, como aqueles que utilizam a água, pois, assim, o impacto diminui e a forma física do atleta é mantida", aconselha Freire. Alongar, fazer exercícios que esquentem a musculatura e, principalmente, não exagerar nos treinamentos também são atitudes preventivas que evitam muitos dos problemas nos pés.
Higiene é fundamentalSão poucos os que sabem que desprezar alguns hábitos considerados banais podem trazer problemas para essa região do corpo. É o caso, por exemplo, da falta de preocupação com a higiene. Como os pés ficam cobertos na maior parte do dia, os fungos encontram ali um ambiente ideal para proliferarem. Por isso, é preciso secá-los bem para que as incômodas micoses não comecem a aparecer.
 "Os fungos crescem em lugares úmidos, quen­tes e escuros, como o tênis", comenta Alessandro Guerra, coordenador-técnico da rede Doc­tor Feet. O podólogo dá uma dica a quem so­fre com o problema: "Passe talco, pois é uma forma de diminuir a umidade."
Outra situação recorrente para quem corre é a unha encravada. Geralmente, ela aparece quan­do o corte é feito de maneira errada. Elas começam a ficar mais curvas e uma calosi­dade acaba por se formar no local. Pronto! É só a unha encostar nessa região sensibilizada pa­ra que as dores comecem. "É preciso acertar o tamanho da unha, mas não há um mode­lo certo de corte. Varia de pessoa para pessoa", comenta o treinador Freire.
O calo também é uma preocupação constante de quem corre. Ele é resultado do atrito contra o tênis e da pressão que os membros sofrem. Para evitá-lo, basta inibir as causas, utilizando produtos feitos com silicone, por exemplo.   
Mas o que geralmente tira o sono dos corredores são as bolhas. Alguns atletas de longa distância chegam a cruzar a linha de chegada com os pés em "chamas" e "pelados", quer dizer, sem parte da pele que cobre a sola. A melhor maneira de evitá-las é usar tênis confortáveis e que garantem proteção às deformidades e saliências ósseas do pé – lugares onde elas costumam aparecer. E, claro, proteger essas regiões mais delicadas e propensas a bolhas com um esparadrapo, por exemplo.
Não esqueça de dar atenção às meias. Evite as que possuem costura, que são feitas de náilon, um material mais abrasivo, e hidrate os pés. "O corredor que toma água adequadamente tem uma maior hidratação nos pés, mas quando há alguma fissura pelo fato de a pele estar mais sensível, é preciso reforçar a hidratação", revela Guerra. Jamais use tênis novos em uma competição. O calçado tem de ser lasseado nos treinos. Usar tênis "duros" em uma prova é praticamente garantia de bolhas.
Mesmo tomando todos os cuidados, certas vezes, elas insistem em aparecer. Nesse caso, o recomendável é que você estoure a bolha utilizando uma agulha esterilizada e pressione até que saia todo o líquido. Nunca, de maneira alguma, retire a pele. Ela protege o pé contra a entrada de bactérias. "Se ela não for estourada, pode ocorrer um acidente no meio da prova e você não conseguirá terminar a competição. As bolhas de sangue, que algumas vezes se formam, podem trazer ainda mais risco para o atleta", comenta Freire.

O corpo do esportista : a pele

O maior órgão do corpo forma uma barreira de proteção contra germes e nos protege dos impactos mecânicos e térmicos


O corpo do esportista : a pele


O maior órgão do corpo forma uma barreira de proteção contra germes (e outros organismos) e nos protege dos impactos mecânicos e térmicos (frio e calor), dos raios nocivos do sol, da perda de água e ajuda a manter a temperatura do organismo constante. Em uma pessoa adulta, ocupa uma extensão de 2 m². A espessura é variável, desde os 5 mm, nas pálpebras, até 4 mm, nos calcanhares. Sem contar a camada mais interna, que chega a pesar 4 kg.
Saiba tudo sobre a pele aqui!

O corpo do esportista : sistema endócrino


Sabia que as glândulas do corpo secretam hormônios que provocam uma reação metabólica em resposta ao exercício?



O corpo do esportista : sistema endócrino


A atividade física provoca um estímulo no organismo que, por sua vez, leva as glândulas internas e secretam hormônios. Eles viajam através da corrente sanguínea com o objetivo de provocar uma reação metabólica específica em resposta ao exercício.

Veja como elas agem em seu corpo clicando aqui!

domingo, 18 de dezembro de 2011

Da mesa à linha de partida

Saiba como a sua alimentação pode ajudar, e muito, para que você tenha mais ânimo na hora da corrida





Como a sua alimentação pode ajudar na hora da corrida?


As provas de 10 k estão aí e você quer ter mais rendimento nos treinos? Pois saiba que a sua alimentação pode ajudar bastante para que você tenha o combustível necessário para a corrida, além de poder acabar a prova sem chegar quebrado. Considerando que você vai correr uma prova no domingo, siga essas dicas.

Domingo (sete dias antes da prova)
Faça o seu treino de simulação e tome exatamente o café da manhã que pretende tomar no dia da prova, testando os últimos detalhes. O iogurte faz com que você fique com azia, o mel não é o suficiente, precisas de um gel no quilômetro 7? Você perceberá tudo isso nesse “ensaio geral”.

Segunda a quinta-feira
Retire progressivamente os hidratos de carbono do jantar. Comece com a quantidade que você está acostumado a ingerir. No dia seguinte reduza para a metade, no outro para ¼ e, finalmente, não os inclua quando chegar quinta-feira. Faça os seus últimos treinos normalmente, sendo que em um deles você deve aumentar o ritmo. Retire também o leite da dieta, trocando-o por iogurte, e evite as comidas muito ricas em gordura, além de deixar de lado todo o tipo de bebidas alcoólicas e refrigerantes. Beba água o suficiente para que a sua urina esteja limpa e sem cheiro.

Sexta
Provavelmente esse é o dia em que você vai aproveitar para preparar todo o seu equipamento para o dia da prova. E nesse dia você deve fazer um jantar à base de massa, como espaguete com salmão e brócolis, por exemplo.
Evite as leguminosas e prefira sopa às saladas e verduras. Alguns atletas sofrem com flatulência e desconforto gastrointestinal quando não retiram as hortaliças da dieta nos dias que antecedem a prova. Se a sopa não tiver feijão, você não sofrerá desse problema.

Sábado
Beba água, muita água. E ingira de 500 ml a 1L de bebida isotônica. Termine o dia com um jantar à base de massa, até mesmo uma pizza. Mas não inclua molhos, muito queijo e peperoni em seu prato. Se escolher a pizza, aposte naquelas mais simples, com dois ou três ingredientes.

Domingo
O grande dia chegou e de nada adianta você ler essas dicas na véspera da prova. Coma exatamente os mesmo alimentos que você está acostumado a comer nos dias de treinos longos, reforçando as quantidades de banana, mel e cereais, e procure comer cerca de 2h antes da largada. Enquanto estiver aquecendo, beba de 50 a 100ml de água a cada 30 min. Para uma prova de 10 k você não precisa ingerir um gel a cada 3 k, mas pode guardar um para logo depois do aquecimento. Se você se adaptar, procure ingerir um gel que tenha cafeína na composição.

Na areia da praia

Corra neste cenário inspirador e melhore o seu desempenho


C orrer na praia é uma delícia


Por Marina Gomes

Correr na praia é uma delícia! E a melhor no­tícia é que você deve transferir parte de seus treinos para lá se quiser melhorar a sua performance. Isso porque a corrida na areia fortalece toda a musculatura envolvida no esporte, principalmente a parte posterior da coxa, panturrilha, lombar e abdômen. Tudo isso com um baixo risco de lesão. Estudos da Universidade de Western, Austrália, mos­traram que, na areia, todos os músculos da co­xa são mais utilizados que no asfalto e con­cluíram também que o treino na areia úmida leva a 30% menos impacto que na superfície rí­gida, caso do piso de rua. Na areia seca, esse valor foi 80% menor.
Na verdade, toda a biomecânica da corrida muda para se adaptar ao terreno instável. "Há uma maior inclinação do tronco para vencer a resistência e diminui o tempo da fase de voo", explica Alan Marques, coordenador-técnico da Speed Assessoria Esportiva, do Rio de Janeiro.
O treinador Michel Bogli, da Stark Assessoria Esportiva, de Fortaleza, aponta, ainda, outras modificações. "Na areia fofa, é preciso levantar mais as pernas, exigindo mais do corredor. Se for plana e sem inclinação, oferece amortecimento sem prejudicar a postura", orienta. Na areia fofa não faz diferença correr descalço (pode-se usar um tênis velho, já que é ape­nas para protegê-lo contra bolhas e calos). Quan­do a areia for batida, mais próxima à água, use o tênis para minimizar o impacto.

E lá se vão as calorias
Correr na areia proporciona um gasto energético quase três vezes maior que na grama. "Na areia, não dá para apoiar adequadamente a parte da frente do pé para gerar uma propulsão eficiente. O tempo de apoio do pé aumenta consideravelmente e, dessa forma, parte da energia do mecanismo elástico do músculo é dissipada, fazendo com que haja necessidade de gerar mais energia para continuar a passada. O gasto mais elevado também pode vir da maior atividade muscular, associado ao aumento da amplitude de movimento do joelho e do quadril", explica o educador físico Vitor Tessutti, do Laboratório de Biomecânica do Movimento e Postura Humana da USP.

Voe no asfalto
Quem já teve a oportunidade de correr na areia e, logo em seguida, foi para a rua certamente sentiu uma sensação de alívio, como se o exercício ficasse mais fácil. E é verdade. O treinamento na areia ajuda o desempenho, pois o terreno irregular e o maior atrito geram mais trabalho muscular, produzindo força e potência, que serão úteis depois, no asfalto. "Quando se corre em uma superfície instável, existe um aumento das cargas impostas à musculatura, que faz um excelente trabalho de potência, força, recuperação e propriocepção", diz Marques.
Um outro estudo da  Universidade de Western detectou que há um menor acúmulo de lactato nos atletas que treinam na areia, indicando que correr nesse piso reduz a fadiga metabólica. "Isso gera aumento de performance, já que quem utiliza a areia como ferramenta de treino vai precisar de um gasto energético menor e pode utilizar essa diferença para correr mais rápido, por exemplo", sugere Tessutti.

Cuidados
Um dos maiores benefícios da corrida na praia é que o maior amortecimento protege as articulações e ajuda a evitar as lesões. Mas não se pode descuidar. Nada de correr todos os dias na areia fofa, pois isso sobrecarregará os músculos responsáveis pela propulsão da corrida, podendo ocorrer as tendinites do tendão do calcâneo e do tendão patelar. O treinador carioca Joaquim Ferrari sugere que se capriche na sessão de alongamentos, pois a corrida na areia aumenta muito a sobrecarga no tendão de Aquiles.
Os iniciantes devem tomar ainda mais cuidado, pois não possuem músculos e articulações preparados para essa força extra. É bom lembrar também que não se deve correr em praias com declives.
"O treino na areia altera a posição do centro de gravidade do corpo levemente para a frente, o que pode causar uma sobrecarga maior da musculatura lombar, tornozelos e joelhos", alerta Bogli.

Treino ideal
A areia fofa permite um trabalho bem duro. Por isso, em seus primeiros treinos na praia, acostume-se a correr com tênis na areia dura, próxima à água, para só depois passar para a parte mais macia.
Para Bogli, o melhor treino na praia é o intervalado areia-asfalto, que aumenta a sobrecarga sem aumentar muito o impacto das pisadas. "Faça areia em ritmo forte e asfalto como intervalo ativo entre os tiros", sugere.
Você também pode tentar intervalados areia dura-areia fofa, fazendo tiros de 1 min em cada uma, correndo forte na macia e leve na areia dura na volta.
Outros bons treinos são os de ganho de força e resistência muscular e treinos regenerativos (baixa intensidade).

O corpo do esportista 4 receptores sensoriais – propriocepção e equilíbrio

O corpo do esportista 4: receptores sensoriais

Dizemos que estamos em equilíbrio quando somos capazes de anular as forças que nosso corpo gera. Isso acontece de forma contínua no esporte, quer dizer, necessitamos estabilizar segmentos e regular a postura não apenas para melhorar a eficiência do gesto matriz, mas para evitar lesões.
Saiba todos os detalhes dos receptores sensoriais e como eles podem ajudá-lo no esporte aqui!

domingo, 11 de dezembro de 2011

O slackline é para todos - parte 2

Na continuação da reportagem sobre o slackline, os especialistas dizem que o esporte não apresenta contraindicação e inclusive é praticado por deficientes visuais e portadores de síndrome de down, por exemplo. A ideia é que essas pessoas percam o medo e ganhem mais confiança, além de desenvolver a musculatura e ganhar força física. No caso das crianças, é interessante que elas tenham o acompanhamento de um adulto na hora de praticar. Apesar do slackline ter ganho notoriedade nas areais brasileiras, ele possui mais cinco modalidades:

Trickline: os adeptos utilizam posições mais estáticas em cima da fita, não há saltos acrobáticos.

Jumpline: a fita usada nesta modalidade possui 3 cm de largura e é bastante elástica. A ideia é que o praticante seja impulsionado para o alto, facilitando a realização de saltos e giros. Como permite uma série de movimentos, o jumpline é o mais indicado para queimar calorias.

Waterline: esta modalidade é praticada com uma fita em cima de um ambiente com água, como mar ou piscina. É uma forma divertida e segura de treinar as manobras mais ousadas do jumpline. "Quando a acrobacia sai errada, a pessoa cai na água e não se machuca", explica o especialista.

Longline: essa modalidade é parecida com o slackline, só que é praticada com uma fita maior, com cerca de 20 m de distância. Nesta prática, além de trabalhar a musculatura do abdome, pernas e braços, os adeptos também desenvolvem força nas costas ao se equilibrarem.

Highline: considerada a modalidade mais difícil e radical, é praticada acima de 5m de altura. Os adeptos mais radicais já andaram a 147 m de altura. Vale lembrar que nesta técnica os praticantes utilizam equipamento de segurança. "As pessoas são presas a uma corda de segurança, caso percam o equilíbrio na fita, que em geral é mais larga e suporta um peso maior", alerta.

Um pouco de história

O esporte chegou no Brasil em 1995, por meio de escaladores estrangeiros. No entanto, somente entre os anos de 200 e 2004 que a prática começou a ganhar adeptos no país, depois que um praticante fez o primeiro Highline na Pedra da Gávea, no Rio de janeiro. Esta cidade é, inclusive, a mais popular na prática do esporte, pela fácil oferta de espaços ao ar livre. Além do RJ, a atividade também pode ser encontrada em Brasília, Minas Gerais, Salvador, Fortaleza e São Paulo. "Apesar do grande número de adeptos nesses grandes centros, já é possível encontrar o esporte em quase todos os estados do país", comemora o especialista.

http://www.corremos.com.br/profiles/blogs/o-slackline-e-para-todos