domingo, 17 de junho de 2012

Miguel Sarkis: corrida em percurso acidentado

Treinar em terrenos variados, com subidas e outras dificuldades, ajuda no condicionamento físico, mas veja o que precisa saber para não ter lesões
foto: ricardo zinner - ativo.com
 
Correr em piso liso, regular, já apresenta certa dificuldade para os praticantes de corrida, mas os corredores que desejam aprimorar sua condição física e participar das corridas de rua procuram treinar em percursos variados como subidas e descidas, estradas com pedregulhos, areia, grama e praia, que acabam por promover o condicionamento físico de todas as idades.
Mas os treinos em trajetos difíceis são assim simplesmente fáceis e devem ser praticados por qualquer pessoa, como se estivesse treinando em percursos planos?
Vamos ver cada um dos exemplos e o que mudar para não se lesar.
Subidas e descidas
O que fazer: Escolher as subidas e descidas compatíveis com o seu condicionamento físico. Subir com elevação dos joelhos, respiração controlada (não permitir respiração exagerada), o que mais importa numa subida, depois do treinamento da condição anaeróbia, é o fortalecimento muscular de membros inferiores. Depois, a condição emocional deve ser observada.
Na medida em que você avançar nestes tipos de treinos, deverá verificar se está ficando mais fácil e se você ainda sente prazer por realizá-los. Nas descidas, vem como principal observação, a quantidade e o tipo de impactos gerados por tal movimentação, já que o impacto é proporcional a inclinação e a distância desta descida.
O mais importante neste tipo de treino será, sem dúvida, a questão da coordenação para descer, que só se consegue a partir da prática deste tipo de exercício, aperfeiçoamento da técnica de descida e aumento controlado da velocidade para ser utilizado em provas. Nos casos das subidas e descidas, elas terão seus efeitos esperados quase que exclusivamente para os corredores que competirão em provas com o perfil altimétrico desta natureza.
Quando fazer: Preferencialmente em períodos de base e em casos específicos de provas de cross country e ou subidas e descidas no asfalto.
Por que fazer: Para fortalecimento muscular e a melhora do comportamento emocional em prova.
O que esperar destes trabalhos: Resultados neste tipo de trabalho para corredores com mais de dois anos de treinos ininterruptos são melhoras no organismo por volta de quatro a seis semanas.
Tipo de passada e pisada mais apropriados: O pisar, tanto na subida como na descida, deve caracterizar-se por toques rápidos e o contato com o solo, utilizando uma menor porção dos pés, como exemplo da subida que requer o apoio da parte da frente do pé, tocando o solo. A passada, por sua vez, será menor e mais alta, obrigatoriamente.
No caso da descida, o contato é obrigatório, até mesmo por uma questão de formação biomecânica de membros inferiores, além da função especifica que tende a aproximar o contato do pé para baixo do corpo. Eliminando a possibilidade de queda, a passada tende a ser menor e o toque será mais frequente, tanto quanto for maior o condicionamento físico e a utilidade prática deste tipo de velocidade em provas, por exemplo.
Pedregulhos e Areia
Quando Fazer: Em treinamentos de base e ou para treinamento com fins de provas de cross e corridas de aventura.
Por que fazer: Com a finalidade especifica de fortalecimento para tais pisos, que só se consegue realizando tais trabalhos. No caso da areia, cito a condição de areia fofa.
O que esperar destes trabalhos: O fortalecimento único e exclusivo para a participação em provas nas quais o piso seja este.
Tipo de passada e pisada mais apropriada: Tanto um caso como o outro serão necessárias pisadas mais curtas e rápidas, levando o praticante a utilizar mais energia para se manter treinando por vários minutos. O toque dos pés predominará pela porção frontal do pé, e a tendência de tal atitude será a de manter o corpo do corredor equilibrado, o que levará o seu praticante a perceber ainda mais a sua postura para não incorrer em desequilíbrio e possível lesão de tornozelos e joelhos.
As passadas deverão ser curtas, levando a menor exigência de ligamentos e musculatura de membros inferiores, inseridos nas articulações de joelhos e pélvis.
As diferenças entre o piso de areia fofa e o pedregulho
Areia Fofa: É uma condição de irregularidade que tenderá a jogar o apoio do corpo para as laterais. Recurso que tem o atleta: correr com bastante atenção, segurando o seu apoio mais perto possível do seu apoio, ou seja, em baixo do seu corpo.
Pedregulho: Piso perigoso requer um autoconhecimento elevado das reações nervosas e força de músculos inferiores aprimorada.
No início de tais treinamentos, deve-se levar em conta o tempo de treino em anos, e a utilização prática de tal treinamento. A diferença entre os tamanhos das pedras podem tornar o treinamento nestas condições, um pesadelo.
Grama e Praia (areia dura)
Quando fazer: Pode ser praticado por qualquer pessoa e em qualquer fase de treinamento.
Por que fazer: É um tipo de treino que pode ajudar na recuperação dos impactos dos demais treinos. A força exercida em alguns casos pode ser benéfica para a formação e para o aperfeiçoamento das resistências e velocidade do corredor.
O que esperar destes trabalhos: É uma possibilidade a mais de treinamento, sem o grande risco de lesões, porém, como em qualquer circunstância de treino, é possível que os exageros aconteçam, principalmente pela quantidade e pela velocidade. Este critério deve ser levantado, principalmente pelo objetivo de se treinar mais ou menos horas nestas condições de piso. A areia dura tem a sua resistência bem diminuída quando comparada ao solo duro e, por isso, força mais as articulações de joelhos e tornozelos. A grama, muitas vezes molhada, oferece uma “derrapagem” característica, levando o corredor a se esforçar um pouco mais do que em pisos mais duros e resistentes.
Tipo de passada e pisada mais apropriada: A passada pode ser curta ou média, e a sua frequência pode ser moderada a rápida, para os casos de treinos para provas e lenta a moderada, para treinos de iniciantes nas corridas. A pisada pode ser mais confortável (utilizando o pé todo no apoio), diferenciando apenas para os casos de atletas que requeiram treinamentos mais específicos de provas (onde utilizarão mais as porções posteriores dos pés). Para os atletas, ainda, os treinos em pisos deste tipo, podem ser visados para o relaxamento da musculatura após eventos.

http://www.ativo.com/Esportes/Pages/CorridaemPercursoAcidentado.aspx

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Vilão e mocinho no inverno

Se há um assunto que deve ser eternamente tratado na vida de um esportista é o de como se exercitar no início, meio e fim do inverno
 
 
foto: anderson angelucci - ativo.com
 
Se há algum assunto que deveria ser eternamente tratado na vida de um praticante de atividades físicas, caminhada ou corrida, esse deve, sem dúvida, ser o de como se exercitar no início, meio e fim do inverno.
Existe coisa mais desmotivadora do que sair de uma sequência infernal de calor, festas e feriados e logo ingressar num frio acompanhado de garoa e, de quando em quando, uma tempestade? Não, não há temperatura mais desmotivadora (a menos que você esteja numa estação de esqui, em cidades frias por sua natureza) e a ela darei o nome de vilã, por enquanto.
Ao mocinho da questão, momentaneamente, chamaremos de casa, bar, café, restaurante e demais locais aconchegantes nos quais se produzem verdadeiros escudos e antídotos para vencermos os vilões, tal qual o inverno.
Mas, pensando bem, será que a ordem está correta? Será que há mesmo um vilão e um mocinho nessa história?
Vamos discutir o assunto e tentar amadurecer o que seria uma resposta e uma solução para um problema. Soluções são testadas há muito tempo na vida das sociedades e nem sempre são tão abrangentes, servindo igualmente a todos, sem discriminação.
É verdade que algumas pessoas encaram bem o inverno e se aventuram em verdadeiros treinamentos de alto rendimento, porém, a maioria das pessoas não topa o inverno. Podemos observar alguns suicídios em países como a Inglaterra, onde os dias não se cansam de nascer cinza, então, fica muito difícil encontrar fãs para o período de inverno.
Comer ou Correr, eis a questão
É muito fácil engordarmos no inverno e não é por uma matemática muito complexa não, mas sim, por uma simples questão de adição. De gordura, é claro.
Correr ou andar num dia que já começa com garoa fina, aquela que nos lava a cara, em meio ao tormento de trânsito intenso e “chiliquento”, decorrente de um emaranhado de automóveis, utilizados por pessoas que tentam chegar aos seus trabalhos, no mínimo com os pés secos, e você se sente o único ou um dos poucos que se dirige ao parque, a praia ou a sala de ginástica para realizar o seu matinal esforço em busca de uma sensação de bem estar. Mas, como fica o seu bem estar, quando o momento é de desprazer e você ainda sonha com o seu cantinho aconchegante e ainda morno; sua cama?
Falo de corpo e alma, por experiência própria, assunto que aprendi a suportar e tolerar e, muitas vezes, desejar sentir-me correndo em situações difíceis, pelo simples fato de ter desenvolvido outro tipo de prazer, como o de sentir-me em meio a temperaturas mais baixas ou em chuvas, e depois, já num banho quentinho, me sentir recompensado pelo esforço realizado.
É importante para os caminhantes e corredores observarem o que é bom e o que é ruim, principalmente para ter a percepção de quanto esforço precisam para realizar tais esforços, e se a temperatura mais baixa deve causar algum tipo de prejuízo ao organismo.
Achamos que ficaremos resfriados, com dores e demais mal estar causados pelas baixas temperaturas, mas se alguns ajustes forem aplicados a nossa nova rotina podemos obter ótimas experiências, principalmente por que o parque, a sala de ginástica ou a praia ficarão livres de tantas pessoas, como é comum nas épocas mais quentes.
A temperatura baixa e a chuva fina não deveriam ser tratadas como vilãs, até mesmo por que elas diminuem a sobrecarga física, desde que ajustados os tipos de roupas e os alimentos, além de permitirem a continuidade do controle de treinamento e gastos energéticos.
Comemos demais e não gastamos a contento
Para comer muito não é preciso esforço, senão o de mastigar. Exercitar-se sim. Então, o vilão seria a comida? Certamente que não, nos sentimos mais esfomeados no inverno, além do estado de ansiedade, por não termos vencido o mal estar de não termos ido treinar, que deixa-nos para baixo e sem motivação, ao sermos vencidos pelo obstáculo da temperatura.
Então, comer neste período só é inconveniente por associar a quantidade alimentar a alta quantidade calórica dos alimentos de inverno, e a falta de uma sequência de treinos que desbancam, pelo menos, 600 a 1200 calorias dia.
Ai não há milagres e a conta é fácil, como já tratamos aqui. Somam-se 1000 calorias não eliminadas durante a prática diária de sua caminhada ou corrida e as 1000 calorias que serão adquiridas em uma refeição “desprogramada” de inverno. Então, com o acréscimo de mil, a mil por dia, que não foram gastas, engordamos e não treinamos.
Quando você voltar aos treinos, logo depois do inverno, terá o preço deste descuido no seu abdômen e nos seus movimentos, agora atrapalhados pelo peso excessivo e o estado ofegante aumentado.
Então temos um grande trabalho pelos próximos meses. Não existe milagre e serão meses de frio e chuviscos, bem característicos desta época, que deverão ser encarados pelo bom humor, pela saída estratégica da cama, além do autocontrole para se alimentar de nutrientes necessários e não os sentimentalmente requeridos pelo nosso emocional.
Treinamentos e bom humor se equilibram e permitem a derrubada dos vilões do período frio, o menos esperado do ano, a não ser pelos vendedores de alimentos, vinhos, chocolates e setores de veraneio em geral.
Cuide-se para não se tornar o vilão da história, Corra contra o tempo mesmo.

http://www.ativo.com/Esportes/Pages/VilaoeMocinhodoInverno.aspx

O seu melhor resultado foi o melhor?

Qual seu verdadeiro potencial para competir? Confira dicas de Miguel Sarkis para se testar nas próximas provas, das mais fáceis às difíceis
 
foto: chris kittler - ativo.com

Seu verdadeiro potencial para competir pode estar aí, bem perto de você. Veja e teste-se nas próximas provas. As dicas farão a diferença em suas provas, das mais fáceis as mais difíceis.
Veja por que a maioria das pessoas que entra numa prova de rua mal consegue seus objetivos, ou sente que poderia ter se saído melhor.
Quando competia e não havia quem dissesse isso, era muito difícil saber se estávamos correndo rápido, lento, ou, melhor ainda, da forma mais apropriada.
Para sabermos isso na íntegra, levarei vocês a passear dentro do infinito de seus pensamentos, de seus treinamentos e de suas ilusões.
Vocês já notaram que em resultados de provas a maioria chega atrás, bem distante dos primeiros colocados? Notaram que o tempo é muito diferente?
Claro que em se tratando de atletas de alto rendimento, a diferença deverá ser bem grande, porém, em se tratando de maratonas, ai a coisa pega, até mesmo por que é uma prova dura, difícil de acertar o ritmo e quando se erra, quanta decepção pelo ritmo que degrada drasticamente.
Estou falando de corredores amadores que se esforçam, chegam à frente (pouquíssimos), na faixa intermediária (grande parte) e na parte de trás (muita gente), do total que consegue terminar as provas.
Mas, nem tudo está perdido, basta compreendermos como, por que e quando acertamos e quando erramos. Como faremos para evitar os erros e aproveitar o máximo de nossos treinamentos.
Numa análise fria, determinaremos os níveis de praticantes (em anos), e o ritmo que deveremos impor no início, no meio e ao final das provas.
Em paralelo, a preocupação do ritmo que você deverá utilizar nas suas próximas provas. Observe quanto tem investido na sua qualidade de vida que, por sinal, ela poderá tornar seus sonhos mais próximos e reais.
Oriente-se pelo quadro abaixo segundo seu ritmo de treinos médios, caso você treine ininterruptamente por anos, como no exemplo.

Ritmos que podem ser alterados na hora da prova
Verifique seu ritmo: 6´00” p/km – 5´00” p/km - 4´30” p/km - 4´00” p/km - 3´30” p/km 3´00” p/km
Para os ritmos acima de 6´00” por quilômetro convém não sofrer alterações, até que o corredor esteja mais bem preparado e possa aproveitar melhor de sua condição física.
Se você desejar participar de uma prova e tenta mudar a estratégia, tome como base o seu ritmo normal ao médio de treino e acrescente até 30 segundos nos primeiros 2 ou 3 quilômetros, até que se sinta mais fortalecido. Qual é o seu ritmo para utilizar em provas? Considere real o ritmo que você consegue desenvolver em mais que 10 km e não tenha cansaços após este treino.
Algumas pessoas poderão passar mais do que a previsão de anos do quadro, dentro de um limite de tempo, bem acima da que ofereço no quadro, então devem manter os ritmos da prova menos alterados e dentro da capacidade individual de cada corredor.
Em resumo, corra sem alterações de ritmos, complete a prova e sinta-se bem consigo próprio. Após reformulações de treinos e de vida, você poderá alterar esta velocidade, modificando principalmente a sua qualidade de vida.
Por exemplo, quando acompanhei uma equipe de maratonistas (executivos em maratona na França) notei que apesar da capacidade para realizar melhores marcas, seus resultados finais na referida prova foram bem aquém do que poderiam ter conseguido.
Neste caso, houve um super dimensionamento, e uma estratégia de ritmo, muito acima da capacidade individual para o início da prova. Na verdade, o corredor deve administrar seus ritmos, de acordo com vários fatores, como o sono noturno, sua rotina alimentar, o estado de calma, e, além disto, administrar os primeiros quilômetros de uma prova, por pior que possa parecer.
Muitas pessoas acreditam que ao saírem em ritmos mais lentos do que aqueles que têm costume de fazer nos treinos, não conseguiriam subir até a velocidade desejada e recuperar o tempo que desejavam ver realizado.
Acreditar ou não, é só uma questão de querer continuar a figurar como mais um nos resultados das provas. Quem arrisca mudar a estratégia, sem dúvida tem uma grande surpresa e reconhece o próprio erro quando não permitia tais mudanças. Corra num programa pré-elaborado e faça parte de outro grupo de corredores.
 

sábado, 2 de junho de 2012

Percepções aumentam o desempenho dos corredores

Aguçar a sensibilidade e as percepções sobre seu corpo é um ótimo procedimento contra os efeitos nocivos das provas longas e para melhorar o desempenho

 
foto: adam tavares - ativo.com

Melhorar é a frase mais pronunciada entre os corredores nos últimos trinta anos. Tenho ouvido a frase da boca dos mais adiantados aos iniciantes, sempre se referindo ao desejo de atingir um estado de superioridade esportiva.
É fato que desejamos sempre o melhor para nós e, por tal motivo, acreditamos que um dia atingiremos este estado. Em uma análise rápida, faremos uma viagem aos primórdios de nossa espécie, passaremos pela vida pacata dos nossos caipiras, chegando onde estamos, ou seja, nos grandes centros populacionais.
Como vemos a vida e como a vida responde para nós?
Percepção, Necessidade e Desejo são situações muito importantes que devemos compreender e ajustar. Na mais fina análise de nossas percepções, às vezes, não notamos, por exemplo, as mudanças que a temperatura nos preparou naquele dia e saímos totalmente adaptados para um verão rigoroso e, pela falta de sensibilidade, não veio o verão e sim o inverno. Ao contrário, saímos totalmente vestidos para o inverno e nos veio o verão. Faltou a adequação para a necessidade.
Simples trocas? Só a falta de ter olhado a previsão do tempo, que invariavelmente equivoca quanto à probabilidade? Nos primórdios de nossa espécie, sentir e absorver estas mudanças eram uma questão de sobrevivência. Com o passar dos anos, os povos dos vilarejos, e isso se repete até hoje, conseguem prever as mudanças climáticas, com precisão milimétrica de tempo. O nosso organismo, quando se permite, consegue prever modificações
Mas, as mudanças climáticas não são as únicas sensações, existe um emaranhado delas, como absorver alimentos e nutrientes que necessitamos naquele momento. Como isto se dá? Pense a sensibilidade sentida por uma parcela das pessoas que consegue através de seus organismos e sensações prever algumas destas condições. Enquanto sonhamos, sentimos dores, angústias, prazeres que se confundem com a realidade e, diga-se de passagem, nada melhor do que um sonho para nos dizer, sinceramente, a verdade.
Pensando e sentindo.
Pensando o corredor avança mais maduro, suas corridas passam de uma condição de sorte para um estado mais intuitivo, cientifico e humano.
Quando sentir vontade de algum alimento, tipo uma maçã, saiba que seu corpo precisa dela e sua corrida por sua vez será muito mais eficiente. Quando permanece por horas com a roupa inadequada seu corpo é que paga, e em se tratando de corredores poucas situações são mais desconfortáveis (neste caso, com frio extremo), já que seu organismo, acostumado a perder energia, fica desequilibrado em alguns momentos. A resposta pode ser uma gripe, uma fraqueza, ou simplesmente um descontentamento momentâneo com tudo.
As sensibilidades, os desejos e as necessidades podem se confundir ainda mais quando o pensamento vai além da possibilidade. Quer ver?

Você inicia treinando corrida visando à melhora da saúde. Em poucos meses, já corre. Não se passaram os 12 meses do ano e você já vê a possibilidade de uma corrida de 21 km. Será que está na hora dos 21 km?
As meias maratonas nos dão a sensação de que quando o cansaço chega, terminamos a prova. Mas aqui vale a pena lembrar sobre o que realmente acontece com a grande maioria dos corredores que se embrenha nas provas longas sem, no entanto, ter se adaptado para tais distâncias.
Os desejos são fortes, principalmente por nos transportar, mesmo que mentalmente, às condições de superioridade pessoal, e atropelam a sensibilidade, enterrando as necessidades.
Confundindo-se o corredor não enxerga a real necessidade do seu corpo, satisfaz seus desejos e a corrida torna-se possível em qualquer distância, inclusive na ultra maratona.
Devemos notar a necessária adaptação, em anos e melhoras técnicas, para que nosso organismo esteja completo e na reta final destas provas, mais saudável.
Boas introspecções. Ótimas provas!
http://www.ativo.com/Esportes/Pages/Percepcoesaumentamodesempenhodoscorredores.aspx

a lesão oculta da Corrida

Corrida realizada de forma imprópria geralmente acarreta inflamações e lesões, então segue um alerta: é preciso ficar atento às cargas
 
foto: ivan padovani - ativo.com
Corrida realizada de forma imprópria geralmente acarreta inflamações e lesões. Lesões de tendões, ligamentos, ossos e músculos, geralmente são provocadas pelo efeito progressivo ou persistente e intenso de carga de exercício desmedida e não programada. Desta forma elas permitem a sobrecarga excessiva.
Mas o que vem a ser uma carga progressiva, uma carga persistente ou uma carga intensa?
Por carga, simplesmente, entendemos que é a quantidade de força necessária que teremos que dispor através dos músculos, ossos, tendões e ligamentos, com a finalidade de corresponder com a contra força que se produziu no momento da prática esportiva. Também entendemos por carga, a quantidade de atividades extra-esportes que acumulamos durante um dia de trabalho ou no nosso relacionamento familiar.
A soma das duas condições, extra-esportes e esportiva, como já comentamos em outro artigo (Soma), é uma das mais temíveis possibilidades de se lesar, sem a percepção do todo. O maior pretexto para se manter em ativo é conclusivo, pois o corredor se exercita por vários motivos e, principalmente, para emagrecimento, relaxamento e conquistas de novos desafios.
O trabalho desmedido, profissionalmente falando, é sem dúvida a forma mais justificada e consciente de se lesar, pois se sabemos o custo desta sobrecarga e, no entanto, continuamos, e assim garantimos nosso trabalho, ao final de uma dura jornada de trabalho é possível verificar os efeitos nocivos que se produziu.
Quando um corredor inicia seus treinamentos, seja com um treinador ou por uma planilha de treinamentos pré-elaborada, pode correr riscos ao realizar a carga sugerida ou imaginada, sem, no entanto, ter sua jornada esportiva vistoriada por alguém que faça o papel do “Advogado do Diabo”. As correções e medidas capazes de conduzir ao bom e ao mau treinamento são importantes de serem verificadas em tempo, até por que nosso estímulo é para correr e não observar e prever problemas. Quem deseja ter um problema? Ninguém!
Em não desejar ver problemas, o corredor segue tranquilo em suas sessões de treinos, sem imaginar se é muito ou pouco o treino proposto para si. Para esclarecer alguns pontos vitais para o treinamento esportivo de corredores, vamos analisar algumas variáveis de cargas para treinamento de corrida:
Carga Progressiva
Não importando a velocidade de início de sua corrida, a progressividade do treino é justificada por um início, meio e um fim de sessão diária e ou da periodização do treino. Ao aumentar a velocidade e ou a quantidade de quilômetros, o corredor estimula seu organismo a atuar mais intenso ou resistente, na medida em que aumenta a velocidade ou distância de deslocamento. 
Progressiva pode ser a velocidade, distância percorrida em dias, semanas e meses. O exemplo da carga progressiva de quilometragem, o corredor pode em alguns meses atingir a quantidade de 50, 60, 70, 80 ou mais quilômetros semanais e se sobressair, desde que tenha sido planejado em acordo com a sua condição física, emocional e profissional.
Quem deveria praticar a carga progressiva? A carga progressiva deve ser almejada por pessoas que já tenham passado pela adaptação I e II do programa de Condicionamento Físico. Depois desta fase, o organismo já se adapta melhor as cargas progressivas de velocidade e ou de quantidade de quilômetros.
Ao respeitar o período para realizar a carga progressiva, o corpo seguirá se adaptando à carga sugerida, sem prejudicar o bom funcionamento do organismo.
Carga Persistente
A carga persistente é favorável ao corpo do corredor, quando a programação da mesma está em equilíbrio com as demais sessões de treinos. Elas podem ser representadas por treinos mais velozes (tiros e ritmos), e ou treinos mais longos do que os de costume (exemplo clássico fica para os treinos mais longos e conhecidos como longão).
Ao permanecer correndo em velocidade elevada por determinado tempo quando se dificulta a respiração (tiros e ritmos), e ou manter-se por longo tempo a frequência de passadas, como nos treinos longos, os treinos são considerados persistentes.
Estes tipos de treinamentos servem às pessoas que ultrapassaram o estágio III do programa de adaptação física para correr. Ao ingressar no programa de corrida de alto rendimento, os treinos longos, médios, lentos e rápidos, se justificam para serem encaixados na periodização de treinamento do corredor.
Carga Intensa
É caracterizada por treinos que produzam altas frequências cardíacas e ou largadas rápidas e ainda tiros em rampas e morros. Sua utilização deve ser preferencialmente por atletas mais treinados e que possuam mais do que dois anos de treinos regulares.
As distâncias devem ser menores ou apropriadamente escolhidas pelo profissional de corridas e os intervalos condizentes com a recuperação do corredor.

http://www.ativo.com/Esportes/Pages/ALesaoOcultadaCorrida.aspx

domingo, 15 de abril de 2012

Você quer correr bem?

Às vezes, alguns sinais são ignorados pelos corredores, porém, são eles que determinam como será e quanto tempo durará a sua carreira na Corrida
Por Miguel Sarkis 
 
 
foto: ivan padovani - ativo.com
 
Alguns sinais muitas vezes são ignorados pelos corredores, porém, são eles que determinam como será e quanto tempo durará a sua carreira de corredor. A corrida de atualmente exige um cuidado e uma atenção como forma de amor ao próprio corpo. Ao corrermos podemos notar os pedidos do corpo, ora ele pede mais devagar, ora mais rápido.
Como manifesto, demonstra estados dolorosos e ai, a partir destas percepções, pode ficar muito mais fácil correr por 2, 5, 10 anos, ou sempre, numa busca desenfreada pela liberdade de movimentos, pelo fluir da respiração e pela desocupação de seu espaço previsto em hospitais.
Para correr bem é necessário que você se perceba. Sou pesado, sou magro, tenho dores, tenho uma respiração ofegante, tenho dificuldades de me concentrar e por isso levo uma música comigo, tenho dificuldades em pisar o solo, parece que ele se move, tenho a certeza de que quero, mas sempre que termino sinto-me cansado...
É muito difícil, para muitas pessoas, notar o que ocorre dentro de si e como anda seus treinamentos de corrida. Sempre que corremos há alguns gestos que talvez não quiséssemos realizar e realizamos, e nem sempre percebemos. Um tique nervoso, um inclinar de coluna à frente, para um dos lados, para trás, enfim, muitos são os hábitos que nem notamos.
Para facilitar, vejamos por ordem o que se pode notar antes de iniciar a corrida, e fazer errado o que se pode realizar certo.
Está tudo certo comigo. Basta Correr!
Certamente esta é a maneira mais confortável de se analisar e finalizar um assunto, que mais tarde poderá pesar em seu corpo. Veja você que numa analisada rápida de estatísticas em clinicas e hospitais, o que vemos é que há muita gente lesada por correr e não notar os limites para seu físico. Vale a pena se analisar a cada dia, levando em consideração o estresse e as dores. Se há dores, há estresse, se há estresse, há a possibilidade de lesões e cada vez mais sérias. Há uma “sabotagem” em cada momento, possível aos mais desatentos.
Ao pensar em sabotagem, prefiro analisar que nós seres humanos precisamos de muita atenção para este assunto, levando em consideração que temos o que temer e nunca queremos parar de treinar. Quer ver se não é verdade? Você vai ao médico com uma leve dorzinha, você já relutou em ir, adiando por dias o dia da consulta. Ele analisa parte do seu corpo e dá um veredicto: você tem uma tendinite brava e terá que parar por alguns dias. Logo vem a exclamação: Puxa vida; alguns dias? Tenho uma prova que estou inscrito, no meio da semana que vem e não posso parar de treinar...
A situação de fazer bem rapidinho o treino para não atrapalhar a reunião de logo mais, seu treino, neste dia, virará uma pauta aberta da reunião e, provavelmente, não perceberá que não treinou direito, nem sentiu aquela dorzinha que lhe incomodou o treino inteiro e só perceberá, provavelmente, após a reunião ter acabado.
Outra situação é a de passar o trabalho de 12 horas sentado em cima dos músculos que deram um duro danado no treino pela manhã, sem ter percebido que estavam duros e tensos.
Outras vezes, você ficou dirigindo por várias horas e algumas em trânsito muito congestionado, em que as suas pernas mal respondem aos comandos e, quando desce do carro, puxa vida, minhas costas e pernas doem muito.
Estas são as sensações mais comuns e que devem ser vistas e revistas a cada dia.
Mesmo que a pergunta que não quer calar lhe assombre a mente: E quem é que sai para trabalhar e pagar as contas? Isto é problema do sujeito e não do corredor. É necessário estabelecer limites para que estes não se tornem os vilões da história quando você tiver passado pelos 10, 15 ou 20 anos de treinos.
Pense logo, pense longe e mantenha-se correndo, ininterruptamente. Bons treinos.

http://www.ativo.com/Esportes/Pages/VoceQuerCorrerBem.aspx

Corrida com barriga é despreparo físico ou emocional?

A relação que o homem moderno aprendeu a ter com a sua barriguinha é de amor e ódio. A Corrida pode estabelecer uma outra dinâmica
 Por Miguel Sarkis 
 
 
photoxpress

A relação que o homem moderno aprendeu a ter com a sua barriguinha é uma relação de amor e ódio. Não dá para perder de vista. Na hora em que você não vê mais os pés, tudo se confunde e o amor que outrora lhe consolava agora te atormenta.
Sempre que recomendo algo aos meus leitores, sem sombra de dúvida um dia experimentei e, diga-se de passagem, é terrível cultivar uma barriguinha. Quando a barriga cruza a bainha da “boa esperança”, e as calças já não acomodam seu ventre e dá aquela curva indecente por sobre o cós, e que a cada dia mais caminha aos limites, como a de algumas barriguinhas amparadas pelos joelhos, anunciando a hora em que nada pode ser feito, a menos que você decida, de fato, emagrecer.
Mas, sobre emagrecimento eu já escrevi inúmeras vezes e digo por casos e causas vividas, é um trabalho interessante analisar o caminho entre um abdome sarado ao de uma pequena barriguinha que promove a perda de vista aos cadarços dos seus sapatos. Como é que acontece?
Vamos por partes:
Primeiro você vive uma vida sossegada, no auge de sua maturidade juvenil, sua energia parece dobrada e tudo que come parece que some num passe de mágica. Aos vinte e cinco anos, porém, você está em outro estágio da vida, no qual o trabalho é causa nobre e tudo se justifica, até mesmo não dormir e parar de comer, beber e viver a vida tão sonhada por todos, ou seja, sossegada. Sua barriga se pronuncia, demonstrando um desequilíbrio de forças. Sua energia que outrora evaporava agora se acumula em forma de gordura.
Para não falar somente no foco pessimista, veremos pelo lado otimista: você passa a sentir certo agrado pelo corpo recheado de gordurinhas, muito bem distribuídas. É fato que não percebemos o malefício e não acreditamos na possibilidade de nos tornarmos gordinhos. Por enquanto, ela fica ali e quietinha. Não é bem assim e a barriguinha que continua a crescer abriu algumas filiais pelo nosso corpo. Agora, a gordura já fica nítida nas orelhas, nas bochechas, no bumbum, nos braços e na parte que cabe a todos os adultos, salvo algumas poucas exceções, a barriga.
Mas, se a comida engorda a pessoa e a corrida emagrece, por que não se fixar neste raciocínio e continuar com uma barriga pequena? É tão difícil quanto vicioso quando nos vemos em rodas familiares e entre amigos para um suculento churrasco com cerveja e caipirinha. Ai, não dá para se conter, o melhor que o sujeito faz é comer, pelo menos, 2000 a 3000 calorias, numa manhã. Para eliminar, não tem como, se já não faz atividades costumeiras.
A barriga, então, passa para outro estágio e ainda assim, e como forma de defesa, você negligencia e passa a admirar a sua nova etapa de barrigudinho. Para muitos corredores no mundo, emagrecer correndo pode ser uma tarefa dificílima, então, vai com ela mesma, a amiga barriga.
Barrigudinho a barrigudão é só uma situação, quando percebemos já é tarde. O cansaço, a ansiedade, a falta de tempo encurralam a pouca vontade de progredir, aumentando ainda mais a barriguinha desembestada ladeira abaixo.
Por que notar caminho tão penoso? Para fazer valer a força de vontade no primeiro estágio da barriga, ainda fácil de ser consumida e realinhada com o seu queixo.
Vi isso acontecer com muitas pessoas e o caminho de volta, ora difícil, ora fácil... a verdade é que há saída mais fácil e mais difícil. O caso agora é você escolher por qual você consegue seguir.
Em outras palavras, é possível às pessoas mais corajosas eliminar a barriga antes que ela decrete a impossibilidade física, emocional e esportiva para que isto ocorra.
Pratique esta idéia e nunca desista de se notar. Observe-se nu a frente de um espelho, de frente e de lado, todas as noites e leve para os seus sonhos a vontade de progredir.
Bons sonhos corridos!
 

Você vai correr, parece que está tudo em ordem, mas...

É preciso ter a sensibilidade de perceber quando é hora de parar e reformular seus treinamentos e, ainda, colocar o descanso como uma regra importante
Por Miguel Sarkis  
 
 
foto: karen riecken - ativo.com
 
 
O dia que o Físico engana o Emocional e o Emocional engana o Físico
Sabe aquele dia que precede uma semana daquelas em que você dormiu pouco, teve várias reuniões e, aparentemente, está muito bem? Pois é, é neste momento que a mente engana o corpo e o corpo engana a mente.
Treinar numa circunstância dessas pode ser desagradável para os corredores que, apesar de estarem em dia com os itens da qualidade de vida da tabela, apresentam um estado ilusório de bem estar. O treino parece um terremoto. Você sai para correr, corre os primeiros quilômetros e sente que não deveria ter feito isso. Para e volta andando para a sua casa. Lembra-se de algum treino deste tipo?
Vamos discutir o assunto, levando em consideração os itens da qualidade de vida e os treinamentos planejados, além é claro, do seu nível de condicionamento físico que definirá um treino leve, um dia de descanso (Day off) ou, ainda, um treino de média intensidade.
Os corredores ou os aspirantes a corredores devem ter em mente dois pontos muito importantes para análise e para poder definir se os dias de treinos estão condizentes com o seu estado físico e emocional. Mas, não é sabido que sentir-se bem já é um bom sinal para se treinar bem? Não basta para obter ótimos resultados nas corridas e treinos. Circunstancialmente, pode ser um estado que engana e traz dissabores.
Nível de condicionamento físico e rotina diária definem se seu treino ou prova serão ótimos.
Nível de condicionamento físico:
Você é um corredor há menos de dois anos.
Todos os problemas que você tiver, fora da sua rotina diária, trarão como resposta algum tipo de desgaste físico e emocional. Exemplo: Você perde uma ou mais noites de sono ou passa várias noites dormindo mal. Apesar de dormir em seguida e ter a sensação de que se recuperou, muitas vezes, não se recupera totalmente e o resultado, em treinos e provas, pode ser catastrófico.
Você é um corredor há mais de dois anos.
Certamente, os resultados negativos dos exemplos acima serão menores e poderá correr com menos desconforto do que o corredor iniciante. Em alguns casos você poderá optar por não treinar ou competir, como uma forma de presentear o seu organismo com mais descanso e aproveitar para colher resultados positivos e certeiros mais tarde.
Você é um corredor veterano e seus treinos já vão além dos cinco anos.
Com os mesmos problemas relatados no início, o corredor adiantado pode permanecer por anos saturando seu sistema nervoso, estado emocional e fisiológico sem, no entanto, perceber que sua condição física está sendo minada e destruída gradativa e silenciosamente.
É preciso ter a sensibilidade de perceber quando é hora de parar e reformular seus treinamentos e a colocação do descanso como uma regra tão importante quanto seus treinos e provas.
O que caracteriza o corredor iniciante e o corredor adiantado?
Primeiramente, o estado físico e a coordenação motora definem o ótimo corredor e o iniciante, que nem sempre apresenta ótimo preparo e a coordenação motora deixa a desejar.
Correr por mais de quatro anos, ininterruptamente, define, invariavelmente, os mais treinados. A menos que os anos de treinos tenham sido realizados de uma forma não producente, assim como dois passos para frente e quatro para trás. Ou seja, treinar e parar com frequência facilita a perda de condicionamento físico, apesar de pensarmos ilusoriamente que estamos muito bem treinados pelos anos de prática.
Boas percepções. Ótimos Treinos!

http://www.ativo.com/Esportes/Pages/EstadoEmocionaleaCorrida.aspx