domingo, 23 de março de 2014

10 LEIS SOBRE LESÕES NA CORRIDA – PARTE 4

Se uma lesão é causada pela corrida, a solução mais acertada seria parar de correr? 


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Inicialmente, quero lembrar que a nossa série de posts sobre lesões na corrida está sendo totalmente baseada em um dos grandes livros sobre corrida do mundo, escrito por um dos maiores estudiosos no tema, Tim Noakes (Lore of Running, Human Kinetics, 2002). E que, eu sei, algumas leis que apresentamos parecem ser bastante polêmicas e controversas – como serão especialmente as úlitmas da nossa série (neste post e no próximo).
Essas evidências são baseadas em pesquisas científicas e numa larga experiência do autor que investiga e trabalha na prática com corredores recreacionais e profissionais há muitos anos.
Para o corredor que nos lê, ressaltamos a importância do acompanhamento com um profissional de Educação Física na elaboração dos treinos e discussão dos temas aqui abordados.
Vamos em frente!
Lei 7 – Repouso absoluto raramente é o melhor tratamento
Se uma lesão é causada pela corrida, a solução mais acertada seria parar de correr? Nem sempre. Na verdade, essa forma de tratamento pode ser eficaz para acabar com os sintomas da dor, mas muito provavelmente não vai determinar a cura da lesão. Isso porque as causas da dor e da lesão não serão tratadas. No momento em que o atleta retornar à corrida, seu corpo estará submetido ao mesmo stress anterior e a lesão certamente virá à tona novamente.
Tim Noakes, citando James (1978), categoricamente afirma que, sem dúvida alguma, o repouso absoluto é a forma de tratamento mais inaceitável para corredores. Ele justifica considerando que tais atletas mantêm uma certa dependência física e emocional dessa prática.
As possibilidades podem ser várias. Uma delas é a prática de exercícios alternativos (como ciclismo, natação, corrida na água ou até mesmo a própria corrida em tipos de solo diferentes, de maneira confortável). No entanto, em algumas situações o repouso deve ser o tratamento prioritário – é o caso de lesões que tornam impossível a prática de exercícios (como, por exemplo, uma fratura).
Lei 8 – Não aceite como palavra final o conselho de um não-corredor
Essa é a lei que eu mais me diverti ao ler as recomendações do Tim Noakes. Por mais que pareça estranha, essa sugestão faz muito sentido na medida em que atualmente, dada à facilidade de acesso à informação, quase todo mundo virou especialista em esporte, lesões e corrida de rua. Bastou treinar para completar algumas provas de 5 km e o sujeito já está apto para montar planilhas de treino ou atender corredores com lesões nos consultórios.
Siga as sugestões abaixo quando for buscar tratamento para uma lesão:
  • O médico deve ser um corredor! Sim, com experiência em corridas, para entender o seu caso e ajudar você a alcançar seus objetivos.
  • O médico deve ser apto para discutir questões genéticas e biomecânicas, bem como fatores ambientais e específicos do seu treinamento. Esses fatores, como já tratamos anteriormente, estão invariavelmente associados à causalidade da lesão.
  • O médico deve ter empatia ao seu estilo de vida. Seria inaceitável o especialista ser contrário à prática da corrida.
  • O médico não pode ser “careiro”, já que o diagnóstico e o tratamento da grande maioria das lesões de corrida são dispensiosos financeiramente.
Continue correndo! Cuidado com as lesões. E procure sempre a ajuda de especialistas.
Em suas marcas… E bons treinos!

Referência: Noakes, Tim. Lore of Running. 4th edition. Human Kinetics. 741-759, 2001.

http://www.suacorrida.com.br/blog/10-leis-sobre-lesoes-na-corrida-parte-4/?guigo-lopes


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