domingo, 15 de abril de 2012

Corrida com barriga é despreparo físico ou emocional?

A relação que o homem moderno aprendeu a ter com a sua barriguinha é de amor e ódio. A Corrida pode estabelecer uma outra dinâmica
 Por Miguel Sarkis 
 
 
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A relação que o homem moderno aprendeu a ter com a sua barriguinha é uma relação de amor e ódio. Não dá para perder de vista. Na hora em que você não vê mais os pés, tudo se confunde e o amor que outrora lhe consolava agora te atormenta.
Sempre que recomendo algo aos meus leitores, sem sombra de dúvida um dia experimentei e, diga-se de passagem, é terrível cultivar uma barriguinha. Quando a barriga cruza a bainha da “boa esperança”, e as calças já não acomodam seu ventre e dá aquela curva indecente por sobre o cós, e que a cada dia mais caminha aos limites, como a de algumas barriguinhas amparadas pelos joelhos, anunciando a hora em que nada pode ser feito, a menos que você decida, de fato, emagrecer.
Mas, sobre emagrecimento eu já escrevi inúmeras vezes e digo por casos e causas vividas, é um trabalho interessante analisar o caminho entre um abdome sarado ao de uma pequena barriguinha que promove a perda de vista aos cadarços dos seus sapatos. Como é que acontece?
Vamos por partes:
Primeiro você vive uma vida sossegada, no auge de sua maturidade juvenil, sua energia parece dobrada e tudo que come parece que some num passe de mágica. Aos vinte e cinco anos, porém, você está em outro estágio da vida, no qual o trabalho é causa nobre e tudo se justifica, até mesmo não dormir e parar de comer, beber e viver a vida tão sonhada por todos, ou seja, sossegada. Sua barriga se pronuncia, demonstrando um desequilíbrio de forças. Sua energia que outrora evaporava agora se acumula em forma de gordura.
Para não falar somente no foco pessimista, veremos pelo lado otimista: você passa a sentir certo agrado pelo corpo recheado de gordurinhas, muito bem distribuídas. É fato que não percebemos o malefício e não acreditamos na possibilidade de nos tornarmos gordinhos. Por enquanto, ela fica ali e quietinha. Não é bem assim e a barriguinha que continua a crescer abriu algumas filiais pelo nosso corpo. Agora, a gordura já fica nítida nas orelhas, nas bochechas, no bumbum, nos braços e na parte que cabe a todos os adultos, salvo algumas poucas exceções, a barriga.
Mas, se a comida engorda a pessoa e a corrida emagrece, por que não se fixar neste raciocínio e continuar com uma barriga pequena? É tão difícil quanto vicioso quando nos vemos em rodas familiares e entre amigos para um suculento churrasco com cerveja e caipirinha. Ai, não dá para se conter, o melhor que o sujeito faz é comer, pelo menos, 2000 a 3000 calorias, numa manhã. Para eliminar, não tem como, se já não faz atividades costumeiras.
A barriga, então, passa para outro estágio e ainda assim, e como forma de defesa, você negligencia e passa a admirar a sua nova etapa de barrigudinho. Para muitos corredores no mundo, emagrecer correndo pode ser uma tarefa dificílima, então, vai com ela mesma, a amiga barriga.
Barrigudinho a barrigudão é só uma situação, quando percebemos já é tarde. O cansaço, a ansiedade, a falta de tempo encurralam a pouca vontade de progredir, aumentando ainda mais a barriguinha desembestada ladeira abaixo.
Por que notar caminho tão penoso? Para fazer valer a força de vontade no primeiro estágio da barriga, ainda fácil de ser consumida e realinhada com o seu queixo.
Vi isso acontecer com muitas pessoas e o caminho de volta, ora difícil, ora fácil... a verdade é que há saída mais fácil e mais difícil. O caso agora é você escolher por qual você consegue seguir.
Em outras palavras, é possível às pessoas mais corajosas eliminar a barriga antes que ela decrete a impossibilidade física, emocional e esportiva para que isto ocorra.
Pratique esta idéia e nunca desista de se notar. Observe-se nu a frente de um espelho, de frente e de lado, todas as noites e leve para os seus sonhos a vontade de progredir.
Bons sonhos corridos!
 

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