sexta-feira, 6 de abril de 2012

Andar e correr podem amenizar a depressão

A caminhada e a corrida podem potencializar a felicidade e diminuir os episódios de depressão que afetam grande parte da população hoje em dia
Por Miguel Sarkis  
 
 
foto: ivan padovani - ativo.com
 
 
 
 
A depressão é, sem dúvida, um dos problemas que mais abala um ser humano, desde poderosos intelectuais até os mais simples cidadãos de todas as sociedades. No Japão, pessoas suicidam-se costumeiramente nos parques da cidade de Tókio. Em São Paulo, New York, cidades do interior paulista, enfim, não há critérios para estabelecer maior ou menor número de suicídios.
Basta que haja pessoas. Na condição de moradores das cidades, o suicídio aparece como, talvez e simplesmente, uma condição de vidas estabelecidas nelas, porém, é fato que as cidades em si não coincidem com as descrições a seguir, já que em Lobato, Igaratá e São Luis do Paraitinga, que são cidades muito bonitas no interior paulista e localizadas no vale do Paraíba, proporcionalmente, o número de suicídios por 100 mil habitantes mostra um quadro alarmante. Quem diria que em municípios tão pequenos e em áreas de florestas, rios e represas do estado de São Paulo poderia haver este problema? Então, o problema não seria a super população, nem as paisagens desgastadas das grandes capitais, mas sim, um problema humano.
Como este é um problema que apareceu junto com a organização das sociedades, algumas soluções são viáveis, assim como acompanhamento psicológico, tratamentos farmacológicos e atividades grupais, que podem oferecer grandes soluções para pessoas que sofrem deste mal.
Alguns recursos mal vistos, que utilizam meios químicos como as bebidas e cigarros, parecem diminuir ou mascarar os efeitos da tristeza e da ansiedade. Estes meios não darão conta do recado, até mesmo por que ao fazerem uso disso as pessoas terão suas vidas cada vez mais degradadas, já que necessitarão de grandes quantidades destes para se manterem “felizes”.
Porém, há uma preocupação com as atitudes de corredores em que o objetivo é a felicidade e o alto rendimento. Acompanho os treinamentos de pessoas por muitos anos e sempre notei a euforia, durante ou após a atividade de treino ou de prova, o que provoca a ansiedade ou pouca ansiedade. Muitos se motivam a soltar um grito, algumas lágrimas, sorrisos sem direção e para marcar a paternidade desta euforia, a corrida é justificada pelos hormônios produzidos durante a prática de atividades físicas sequenciais e duradouras, no nosso caso, a caminhada ou a corrida.
Quando um corredor permanece durante longos tempos a correr ou andar há modificações físicas e químicas que parecem justificar os momentos de euforia e de bem estar. É a partir da produção da endorfina que as pessoas sentem prazer e permanecem por anos praticando a atividade de corrida, com determinação e prazer, muito prazer.
Se contarmos com a endorfina, simplesmente, teremos uma sensação muito prazerosa, e quando associadas a outras circunstâncias favorecidas pela atividade esportiva podemos potencializar estas práticas. Amadurecidas pelas amizades, pelas histórias contadas, pelas comidas que se passam a comer (sem muitas restrições), as viagens que são programadas para a participação em provas e treinos especiais, as conquistas dos limites físicos, como a eliminação de massa gorda, o aumento de massa magra e demais reforços, só podem incrementar a autoestima dos corredores.
Talvez o mais importante em tudo isto seja o resgate da autoestima elevada e de percepções de uma sociedade, muitas vezes nociva, onde o caminhante ou corredor passa “viajar” em situações não perceptíveis pelos sedentários.
Para os mais desavisados, a angustia e depressão podem, em algum momento, provocar a autodestruição do condicionamento físico já estabelecido, caminhante ou corredor. A autodestruição que me refiro diz respeito a desacreditar em si mesmo, provocando a desistência de programas de anos em desenvolvimento. Então, melhor para os casos mais sérios que haja acompanhamento psicológico por profissionais competentes da área e que auxiliem o praticante que se encontram em determinados momentos com uma defesa, contra a defesa do subconsciente, em parar a atividade que se tem prazer.
Mas, não é só de desistência que vive os desavisados. Há aqueles que lançarão mão de exercícios cada vez mais fortes, independente da sua condição física, limitada para aquele momento, e terão sua condição física debilitada pelas lesões e processos degenerativos, pelo contrário, mas também, por ansiedade e angústia.
Conclusão: a caminhada e a corrida podem aumentar o prazer e, por si só, potencializarem a felicidade, diminuindo os episódios de depressão em grande parte da população.
Ocupar-se com um trabalho profissional e digno, pode ser uma grande solução para a sua vida. Produzir o sustento de sua família também pode fornecer uma sensação de dever cumprido, porém, produzir suor e se ver cada vez mais magro ou magra e com saúde é inquestionavelmente prazeroso.
Caminhe ou Corra feliz!
http://www.ativo.com/Esportes/Pages/Andarecorrerpodemamenizaradepressao.aspx

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