Sinta o verde!
O simples contato com a natureza pode melhorar o humor, diminuir a ansiedade, a hiperatividade e trazer muitos benefícios para a saúde. Mas, apesar do Brasil ter uma das maiores áreas verdes do planeta, seus habitantes são os que menos procuram usufruir destes espaços em suas rotinas. Várias evidências científicas mostram que a atividade em áreas naturais diminui o risco de “doenças mentais” e melhora a sensação de bem-estar. Um estudo realizado pelas professoras Jules Pretty e Jo Barton, do Centro Interdisciplinar de Meio Ambiente e Sociedade, do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade de Essex, na Inglaterra, apontou que realizar exercícios em um parque, cultivar o hábito da jardinagem em sua casa e fazer caminhadas em trilhas naturais, ou mesmo no espaço verde da sua empresa, podem trazer benefícios para a saúde cognitiva e emocional. No estudo de Jules e Barton, foi realizada uma pesquisa com 1.252 pessoas de diferentes idades, sexos e estados de saúde mental. Os pesquisadores mostraram que a atividade física realizada em área verde resultou positivamente na saúde dos indivíduos analisados.
O exercício físico e cognitivo é capaz de ativar o cérebro e de provocar o crescimento de novas conexões entre as células nervosas, melhorar o suprimento cerebral através do crescimento intensificado de pequenos vasos sanguíneos e, ainda, retardar a progressão de desordens cerebrais degenerativas. Dentro desses aspectos, a Sociedade de Treinamento Cerebral da Alemanha propôs um “treino de ativação mental”, o qual chamam Brainwalk.
Este “treinamento” consiste na realização de exercícios cognitivos durante caminhadas ao ar livre. Os instrutores afirmam que o mesmo é capaz de fortalecer a memória, a atenção e a criatividade. É baseado nos estudos relacionados ao Brainwalk e das pesquisas sobre atividade física e cérebro que afirmo sobre como é importante realizarmos a estimulação cognitiva e emocional na nossa vida diária em áreas verdes, visando o aumento de conexões cerebrais, uma melhora no suprimento sanguíneo do cérebro, um retardamento da progressão de desordens cerebrais degenerativas e, por conseguinte, uma maior diversidade de trajetos neurais formados.
Com o surgimento dessa diversidade de trajetos neuronais poderá haver maior facilidade para a resolução de problemas e uma melhora no que diz respeito ao enfrentamento do estresse diário para aqueles que realizam atividades junto à natureza.
Um desafio para as autoridades é tornar as recomendações sobre a atividade física um hábito, estimulando o contato frequente com as áreas verdes e que tal ação seja amplamente adotada como política pública. Além disso, os benefícios econômicos podem ser substanciais para o governo, visto que, uma população saudável implica em menos dispêndio no campo da saúde pública.
Fonte: artigo do psicólogo Emílio Takase
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